quinta-feira, maio 10, 2018

O pesadelo de Cleópatra
-- Confirmo: do melhor que há! --



O tempo passa e, a cada momento, vou-me deparando com a curiosa sensação de que, à minha frente, continua a desenrolar-se uma sucessão de coisas de cuja existência, antes, nem supunha.

Há pesssoas que acham que já viram tudo, que a vida é uma série contínua de déjà-vus, que isto é um infernal carrossel onde tudo se repete. Comigo, que vivo no mesmo mundo, é ao contrário: tudo novo a toda a hora.

Por exemplo. Ia no carro e uma música extraordinária, linda. Emocionei-me. Mas uma emoção de sentir mesmo as lágrimas a assomarem. Não identifico compositor, orquesta, maestro, nada. Nunca tinha ouvido coisa assim. Uma perfeição sublime, uma transcendência. E isto não é raro. E eu não percebo como há tantas, tantas, tantas músicas tão belas e tantas, para mim, tão desconhecidas. 

Por exemplo, também. Fui no outro dia à Fnac. Não ia para nada em especial. Apetecia-me estar no meio de livros, só isso. Pois. Vim com uma braçada deles. Fantásticos. Ainda agora aqui estive a abrir ao acaso e a deliciar-me com a inesperada surpresa dos instantes. Tudo bom. A última página que li, termina assim: Ai, uma vacina contra uma quantidade de cóleras, contra nossas cóleras de fracos!...


E as mutações maravilhosas das flores e das árvores e das pedras... Tudo sempre novo, tudo maravilhoso. Sou uma deslumbrada, portanto. Mas deslumbro-me com coisas assim, coisas com pouco cachet.
No outro dia, alguém sorriu com cumplicidade, como se fossemos almas gémeas e disse-me: 'Um gatinho novo em casa...'. Ao princípio nem percebi. Depois, olhando para onde ela olhava, os meus braços, disse: 'Ah, não. Silvas. E azinheiras'. E lá expliquei as minhas faenas rurais e, ainda por cima, sem luvas.

Mas isto para dizer que no outro dia vi um vídeo que me deixou divertidíssima e a achar que estava a ver uma dupla extraordinária. Pois bem. Agora, aqui meio acordada, meio a dormir (como habitualmente), apareceram-me os mesmos e, como no outro dia, fiquei admirada pela graça e irreverência, pelo surpreendente sentido de humor.
Transcrevo: Wilson, Keppel & Betty - 1930s' British Music Hall stars perform their legendary dance routine. Formed in America in 1917, the trio were still going strong in the 1950s carrying with them at all times their own personal sand - even when they played in Las Vegas! It is said there were six Bettys over the decades!
Dança na areia

[Mesmo os que não gostam de danças, por favor vejam. Ok? Pleeeaaseeeee....]


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Fotografias feitas no Ginjal

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