sexta-feira, julho 28, 2017

Carlos Abreu Amorim, Hugo Soares, Telmo Correia et al.
-- não sei se têm espermatozóides a menos mas carência de neurónios parece mesmo que sim.
[Isto a propósito da fatídica lista das 64 vítimas, do SIRESP e não só;
e com uma sessão de coaching a cargo da Porta dos Fundos especialmente dedicada à trupe da bancada parlamentar capitaneada pelo auto-flagelado Hugalex ]



Parece praga. Não se consegue ver um canal português. Aparece gente doida a toda a hora e tornam-se ainda piores quando acicatados pela comunicação social.

Agora é o SIRESP. Depois de se ter esgotado o tema da lista das vítimas, agora andam agarrados a outro osso. O Siresp. Não conheço o assunto, não sei se o dito cujo foi bem ou mal concebido, nada sei --  mas uma coisa eu sei: é matéria tecnológica e, portanto, não é qualquer badameco (desses para quem mais zero menos zero, vai tudo dar ao mesmo ou para quem milhares ou milhões é tudo igual ao litro) que consegue perceber o que é que está em causa. 



Podem as pífias cabeleireiras ou os decoradores a granel que ocupam os lugares de jornalistas e de deputados pafiosos (e, atenção, nada contra as cabeleireiras e os decoradores) falar com desdém dos problemas do Siresp como se, se fosse com eles, já aquilo estava feito em cacos, os contratos rasgados e um novo sistema já a funcionar no terreno... que o valor do que dizem é nulo. Nulo. 



Há bocado ouvi um -- que presumo que fosse atrasado mental -- a dizer com ar superior que há 40 dias que há problemas e que ainda não estão resolvidos. E abanava a cabeça, com ar arrogante, como se tal fosse incompreensível e imperdoável. 

Em abstracto, e sem conhecer o Siresp, o que posso dizer é que, quando uma grande empresa ou um grupo de empresas muda de operador de comunicações, há dezenas de técnicos a estudar o assunto, há muitas dezenas de técnicos e não técnicos a passar cabo, a montar antenas ou a instalar equipamentos, há investimentos que não são brincadeira, há um projecto de migração que dura meses, há problemas de toda a ordem até que a coisa estabilize e, no fim, especialmente a nível de rede móvel, há deficiências variadas quando comparadas com o que havia com o anterior operador. E estou a falar de umas quantas empresas. Imagine-se o que é assegurar comunicações permanentes em todo o país. Se há operadores que levam meses e meses para assegurar cobertura razoável em lugares urbanos ou junto a vias principais, imagine-se o investimento e os estudos necessários para assegurar cobertura (e cobertura redundante!) em serras, vales, margens de rios perdidos entre desvãos de montanhas.


Portanto, não me admiro nada que o Siresp apresente falhas em situaçao de catástrofe natural como a que se tem vindo a assistir (com serras inteiras a arder e, forçosamente, postes, cabos, antenas e sei lá que mais também arder). E quem diz Siresp diz sistemas da MEO, da NOS, da Vodafone. Se em situações normais há deficiências -- e é natural que as haja, porque instalar infraestrutuas ultra dispendiosas para meia dúzia de utentes não é coisa que nenhuma empresa faça, a menos que a tal seja obrigada e, de alguma forma, ressarcida -- é mais do que natural que, em situações extremas como as que se têm vivido, os problemas de comunicações se verifiquem.

Que há coisas a melhorar, pois admito que sim. Sempre há. Que o Siresp tem que ser analisado, pois admito que sim. Sempre que alguma coisa é posta à prova, mil oportunidades de melhoria sempre surgem. Mas isso é o natural. O que não é natural é transformar qualquer assunto num carnaval, numa deplorável chicana. Seja como for, é matéria do domínio da engenharia e tem pesados investimentos subjacentes. Fazer estudos, obter orçamentos e fontes de financiamento, planear, instalar, testar, etc, é coisa que não é da ordem dos dias mas dos meses. 40 dias...?! Nem 4 meses! E é coisa para especialistas na matéria, não para burros encartados ou estólidas cavalgaduras.


Mas vá lá conseguir falar-se de alguma coisa séria neste país com esta comunicação social descerebrada e com os deputados mentecaptos que andam a dar cabo do inteligência do país. Não sabem nada de coisa alguma, armam-se em polícias, minam a confiança nas instituições, desestabilizam tudo em que tocam.

Estava a ver a pobre Ministra Constança e aquele pobre Secretário de Estado que tem mostrado uma presença de espírito fantástica, na Assembleia da República, a enfrentar uma mesa hostil onde pontuava o exemplar acabado da política de esgoto, Carlos Abreu Amorim de seu nome, secundado por aquele Telmo Correia que gosta de se mostrar como cão de fila dos donos. As perguntas que faziam, as acusações, o quase fazerem birra para que os governantes se demitam, a formam absurda como falavam é de uma pessoa se sentir revoltada. Ou pior que revoltada: envergonhada. Os políticos, como representantes do povo, deveriam ser o que de melhor o país tem. Mas não. Em especial neste PSD e neste CDS parece que é o rebotalho.



Devia ser exigido que, para se exercerem algumas funções como a de deputados, os candidatos fizessem testes de aptidão: QI, cultura geral, bom senso e estabilidade psicológica. Com certeza que, se houvesse um crivozinho e nem precisava de ser muito exigente, não teríamos cenas macacas na AR como aquelas a que assistimos nem o País estaria como estava.

Entretanto, na televisão, a macacada é a mesma. Jornalistas que não fazem ideia do que estão a falar, que fazem trejeitos patéticos, que levam qualquer coisa para o lado do drama, que põem uns contra outros, que incentivam a peixeirada em torno de boatos ou de ignorâncias, que relatam banalidades com mal contida histeria, que dão palco a gente desqualificada, que perseguem a intriga, o esguicho de sangue ou a facada nas costas. Uma vergonha.


O meu marido, há bocado, ouvindo umas alarvidades (do ponto de vista técnico e não só), dizia: 'os jornalistas são dos que mais m.... fazem; dão cabo disto tudo'. E é verdade. Com o seu populismo, a sua ignorância e a sua prepotência os jornalistas (e comentadores) fazem um chavascal, armam confusão, viram a cabeça das pessoas do avesso. Um perigo esta cambada que por aí anda.


Li que em apenas 40 anos, a contagem de espermatozóides de homens no mundo ocidental caiu mais de 50%, revela um estudo publicado na revista Human Reproduction Update. Estamos perante um problema de saúde pública, avisam os investigadores.



Uma maçada isto. Diz que, a continuar assim, não tarda acaba a espécie. Chato. Mas, cá para mim, talvez ainda mais grave que a rarefacção de espermatozóides é a crescente perda de neurónios. Para já isso é muito evidente em alguns partidos e na classe dos jornalistas. Isso é que irá, na verdade, a dar cabo disto tudo.

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Já agora:

A esta hora já o inteligex Hugalex deve estar reunido com o pudim Amorim e outras feras lá da laranja furada a ver como é que agora, depois do papo furado da lista da 'empresária' e do tema meio chato do SIRESP, hão-de captar a atenção do coito dos boateiros do Expresso, da balsemónica SIC, da flausina Judite, do jornal de referência Correio da Manha e de todos os outros que, na iminência da falta de assuntos, também já devem estar a levantar pedras da calçada a ver se descobrem minhocas esfaceladas, baratas violadas pelo tio, formigas implicadas no Caso Marquês, ou mesmo pombos-correio embuchados de milho por culpa da ministra Constança.


E eu, sempre atenta aos desvalidos, especialmente aos desvalidos mentais, aqui estou para ajudar. É só seguir o guião que ideias aqui não faltam.

Deputado -- Porta dos Fundos



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De nada.

Sempre às ordens

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E, a todos quantos aí estão desse lado, desejo uma bela sexta-feira.

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