quinta-feira, novembro 26, 2015

Sobre os Ministros e Secretários de Estado do Governo de António Costa


Começo a escrever este post perto da uma da manhã depois de ter escrito sobre o João Galamba numa verdadeira cena de far west, cercado por inimigos, e sobre Teresa Caeiro toda derretida (inclusive com os neurónios derretidos) perante uma Mariana Mortágua indiferente a tanto rebolar de olhos e a tanta cabecinha descaída com os seus canudos capilares saltidando sobre os ombros.

Agora, depois de ler a Mulher correndo na Noite pus-me a ouvir o Gunga Din e quase perdi o élan para a missão que aqui me trazia. Mas uma Leitora, ontem, em comentário, disse que esperava que eu me pronunciasse sobre os ministros de António Costa e, como os desejos dos meus Leitores para mim são ordens, cá estou dando prosseguimento a tal desiderato.

Contudo, dado que daqui a nada tenho que estar a pé, não vou poder alongar-me. Ou seja, com vossa licença, agora tem que ser uma rapidinha.





Parece-me um Governo forte, com uma distribuição de pastas inteligente que endereça (como nos meus meios é moda dizer-se) áreas bem demarcadas. Não há ministérios de tipo casa da mãe joana como aquele da cultura, igualdade e mais não sei o quê.

A equipa, no seu conjunto e do que me é dado conhecer, é competente e a atribuição de pessoas a pastas, em geral, parece ser inteligente.

Tem ministros que são pesos pesados: experientes, inteligentes, gente que impõe respeito. Vieira da Silva, Augusto Santos Silva, Capoulas Santos são nomes que garantem idoneidade, respeitabilidade e qualidade ao Governo.


Tem ministros que são garantidamente competentes na sua área: Maria Manuel Leitão Marques, Pedro Marques, Mário Centeno, Adalberto Campos Fernandes, Francisca Van Dunem e Manuel Heitor são nomes que calam quaisquer vozes que queiram questionar a escolha. Têm tudo para fazerem um excelente trabalho.


Tem um ministro que me irrita quando começa qualquer conversa dizendo, mesmo a despropósito, que fulano é seu amigo pessoal e que tem por ele estima pessoal (como se isso importasse para alguma coisa) mas por quem tenho a melhor das boas impressões como fazedor. João Soares será, de certeza, um grande Ministro da Cultura. Nunca me passaria pela cabeça que fosse para tal pasta mas, quando soube, até me ri de alegria. Vai fazer obra. Vai deixar obra.


Tem duas pessoas que não conheço bem mas das quais, do pouco que conheço, não tenho lá grande impressão, parecem-me ambos um bocado desbocados, destemperados. Contudo, lendo os jornais online, vejo que se calhar estou enganada: Ana Paula Vitorino e Eduardo Cabrita. Soube que são casados e logo me lembrei do que a minha mãe costuma dizer: só se estraga uma casa...


Tem uma pessoa que não estava nada a ver na pasta que vai ocupar mas é capaz de ser falta de conhecimento da minha parte e até pode ser que lhe venha a correr bem: Azeredo Lopes. Espero que sim.

Tem uma pessoa por quem tenho uma boa impressão quanto à sua inteligência, visão, raciocínio coerente e bem dirigido mas relativamente ao qual me preocupa a sua inexperiência no mundo real em que terá que se movimentar e em que encontrará pela frente toda a espécie de macacos de rabo super-pelado: Manuel Caldeira Cabral* na Economia, uma pasta fundamental. Terá que couraçar-se rapidamente, percebendo contudo que entre a teoria e a prática vai, muitas vezes, um universo inteiro.


Tem pessoas que desconheço mas que têm belos curriculuns pelo que admito que venham a fazer belos lugares: Constança Urbano de Sousa, Matos Fernandes e Tiago Brandão Rodrigues. Tomara que tenham sorte. Do Tiago Brandão Rodrigues espero muito que seja a lufada de ar fresco de que bem precisados estamos na área da Educação. É um desafio e tanto e eu torço, torço mesmo, para que a sua presença seja marcante e faça mesmo a diferença (pela positiva).

Espero não me ter esquecido de nenhum mas, se esqueci, é do sono.

Quanto aos Secretários de Estado, dos que conheço, considero-os competentes, trabalhadores. Não vou aqui falar de cada um pois, obviamente, não tenho conhecimentos sobre todos, e teria que me pôr aqui a fazer dissertações sobre o que li -- e, sobretudo, tenho que largar o computador antes que não tenha tempo de dormir. Mas acho bem que sejam em número bastante para que cada um se ocupe de uma matéria bem determinada e possa fazê-lo com unhas e dentes. O trabalho de reconstrução é imenso e é bom que se faça de forma estruturada, consistente, tanto quanto possível rápida.


A tomada de posse é esta quinta-feira, dia 26 de Novembro, em pleno outono, a estação afável, a estação da reflexão e das folhas douradas. Daqui a nada estaremos no inverno e, durante este tempo, a nova equipa irá ambientar-se às suas novas funções, tomar contacto com a desgraça que vai herdar, planear o que tem pela frente e preparar-se para deitar mãos à obra. Pela primavera, a obra começará a nascer e, estou certa, com todo o vigor.

Uma vez mais desejo que tenham juízo, que não deixem nunca enredar-se nas teias do clientelismo ou que não acabem fazendo cedências face a interesses mesquinhos ou espúrios. E que se mantenham unidos: PS, BE, PCP. A esquerda está a ter uma oportunidade única e nunca deverá esquecer-se disso. Desejo ainda que tenham boa sorte. Muitas vezes há tudo para dar certo e falta a boa sorte. Pois que nunca lhes falte. E que nunca se esqueçam que estão a governar para bem dos portugueses, os de agora e os que ainda estão por nascer.

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Não falo dos que cessam funções e que, em boa hora (ou melhor: tarde e a más horas), vão deixar de espatifar o país. Espero nem tão cedo ter que voltar a falar de tão indecentes criaturas. Tomara que desistam da política e vão fazer fotocópias ou abrir portas para longe da nossa vista. 
E bye bye PàFs, vão ver se está de chuva ou, se não estiver, vão dar banho ao cão. Ou ao gato. Ou ao coelho. Ou ao que quiserem desde que eu não vos ponha a vista em cima.
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* Por lapso tinha escrito Manuel Vilaverde Cabral. Um Leitor, em comentário abaixo, alertou e já corrigi: Manuel Caldeira Cabral. Obrigada.

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As fotografias são de Julija Televičiūtė e mostram uma árvore na China com 1.400 anos.

Zeca Afonso -  Traz outro amigo também.

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E recordo: sobre a desregulada Teresa Caeiro num frente a frente com a ultra-focada Mariana Mortágua, é só descer até ao post seguinte.

Depois ainda vem o João Galamba e vem em força.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta-feira.

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5 comentários:

THOT disse...

... Leitora ... 😂 intuição ou informação ?

THOT disse...


Cara
Sem esquecer o indispensável obrigado e um extra por tão pronto atendimento.
Ps.Compartilhei com a filha o conceito "Hygge" que desconhecia, e ela decidio ir explorar pessoalmente a questão, para saber se é tão fabuloso como dizem e foi passar uns dias a Copenhagen.
M

Anónimo disse...

Manuel Villaverde Cabral não!
Manuel Caldeira Cabral.
O Villaverde nos últimos anos tem-se revelado um apoiaste da direita...

Anónimo disse...

Ui, que o Vilaverde Cabral lhe dava uma síncope...

Pois quanto à casa não sei se alguma se estragará. A minha opinião acerca do Eduardo Cabrita, depois de ver aquelas cenas tristes com o Paulo Núncio, já não era boa (não é que ache que ele não tinha razão no princípio de que sendo o membro do governo chamado à AR para prestar esclarecimentos não lhe caberia dirigir os trabalhos, mas há formas de dizer e fazer as coisas e ainda assim evitar o ridículo); porém, depois de ver um Prós e Contras em que ele interveio, fiquei esclarecido - há nulidades antipáticas.
Agora aquilo que de facto me deixa "desconfortável" é a nomeação de dois membros de um casal como ministros. Ou são ambos extremamente competentes e o PM não encontrou alternativas tão boas, ou então há um leve "air" a nepotismo. Sim, já sei que dirão que ninguém pode ser prejudicado por ser casado com determinada pessoa, mas é a velha questão da mulher de César...
MPDAguiar

lidiasantos almeida sousa disse...

falando do energúmeno no João qualquer coisa por dizer coisas horrendas do sócrates«, subiu do pasquim CM e já no Público.
Sobra o pasquim Correio da manhã que todos os dias vende páginas e páginas de lenocínio, ao ponto de em 10 meses lucrar 5 milhões de Euros não contando com os anúncios com fotos pornográficas. mando um YOUTUBE para verem e ouvirem até alo fim apoteótico. espalhar esta mensagem é preciso pata desmascarar o pasquim, o director ex comuna e formado em minas e armadilhas no semanário independente, pelo seu ídolo Paulo Portas que ainda é o seu mentor pelos alvos a atacar, no pasquim.

https://youtu.be/SUVyV7sNvqE