sexta-feira, janeiro 12, 2018

Se a coisa se pega e, com o aquecimento global, para além das tartarugas que é tudo só fêmeas, passa a acontecer o mesmo com os humanos, mudo-me já para os Himalaias e vou ver se descubro três irmãos bem jeitosos.
Avisei.




Agora está frio. Até tenho o aquecimento ligado para estar aqui quentinha no meu ninho enquanto escrevinho. Mas sei que isto não é nada. Estou bem lembrada da canícula que nos abrasou durante os longos meses de verão. Posso não ser uma mente brilhante mas burra como o Trump acho que não sou. Galhofeiro como os mentecaptos gostam de se mostrar, até se arma em engraçado, mandando vir algum aquecimento lá dos sítios onde o há para ajudar a combater os frios extremos lá nos States. Brincalhão. Mas do Donald todas as patacoadas se esperam pelo que mais vale nem o trazer à colação.


A questão é que isto do aquecimento global já se faz notar às escâncaras. Não é só a seca, a vegetação ressequida, as barragens vazias, os animais a definharem, a água a ter que ir em carros cisternas para terras à míngua de uma gota -- são também as mostras de um degelo que já é mais do episódico, são os corais a morrerem aos cachos... E, agora, outra. Com as águas mais quentes, parece que desaparecem as tartarugas-machos. Só nascem meninas. Uma comunidade de tartarugas fêmeas. E isto, caneco, faz questionar o que aí virá.


Não é só que lugares onde apenas há mulheres sejam lugares insuportáveis -- discussões, invejas, puxões de cabelo, tareias na lama. É sabido que sim. Mas o pior nem é isso. O pior é que a coisa, depois, tende à extinção. Os machos podem não servir para muita coisa, so many tough women say -- assediadores de meia tigela e pouco mais, queixam-se elas -- mas, enfim, para plantarem sementinha onde ela faz falta, para isso ainda alguns servem. Agora se o rácio se agudiza e, às tantas, já só há um para noventa e nove fêmeas (e todas à beira de um ataque de nervos), imagine-se a desgraceira.

Se, com a calorama, a moda das tartarugas se pega à espécie humana nem quero pensar. Juro. Não dá. Não iria aguentar viver só rodeada de mulheres. É que nem pensava duas vezes: ia direitinha aos Himalaias. E ia logo, antes que os hábitos se alterassem, antes que a malta lá comece a ir muito à escola, a ver muita televisão, a ficar moralista


Ali, lá bem no cocuruto, naquela aldeia em que uma mulher tem, no mínimo, três maridos é que eu estava bem. Ajudam na casa, com as crianças, nos trabalhos em geral. E aceitam bem as escalas, não são de arranjar problemas com ciumeiras bobas. Na maior parte das vezes, são irmãos. Mas eu nisso não seria esquisita: irmãos, primos, tanto me daria. Agradeceria era se um deles fosse jeitoso com as mãos para me dar umas belas massagens, isso sim.

Portanto, já sabem. Se a temperatura subir demais e se começar a haver tartarugas-meninas a mais, já sabem onde me poderão encontrar que eu não vou ficar cá para ver, que não me arrisco a ficar no meio de mulherame, todas a embirrarem umas com as outras e nada de amor com sabor a testosterona. Mas, nesse caso, se perceberem que me pirei para as montanhas, não levem a mal mas dispenso visitas femininas para não irem para lá desestabilizar o rácio que está tão bem como está, uma mulher para um mínimo de três cavalheiros.

E disse.

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E não, não pensem que estou para aqui a fantasiar. Não estou. Os riscos são mesmo verdadeiros. 
E aquele pedacinho de paraíso lá nas terras frias das montanhas também é bem real. 
Ora vejam os vídeos abaixo.





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E é isto. Caso queiram ainda saber qual a minha sugestão para não fazer sofrer as lagostas, as amêijoas e os caracóis, é só descerem até ao post seguinte.