quinta-feira, novembro 16, 2017

Charlot e o nonsense. Charlot e o circo.
Passos Coelho e Miguel Relvas.
Tecnoforma, aeródromos, heliportos e outros baixos voos.
Graves irregularidades, ou mesmo fraudes na gestão de fundos europeus.
Mas mesmo que o Ministério Público se tenha feito de ceguinho, nós não nos esqueceremos: Láparo & Relvas nunca mais!


Mas antes, se estiverem de acordo, que entre o homem da canção do nonsense


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Andando eles tão caladinhos, cada um em sua moita, eis que sabemos que o Láparo e o seu criador, o saudoso Vai-Estudar-ó-Relvas, não foram vistos com bons olhos por quem, lá fora, investigou o que a pouco-habilidosa dupla fez enquanto praticava as suas artes e manhas na iniciativa privada relacionada com fundos europeus.


Passaram-se os mal-feitos na altura em que ainda não se tinham arrimado ao poder. Pouco depois, haveriam de lá se alcandorar para, com o beneplácito da dupla de Fadas-Madrinhas Cavaco & Cavaca, darem cabo do País.

Por algum motivo que Freud explicaria, muitos portugueses resolveram acreditar no que a dupla Passos e Relvas prometia. Deram-lhes o voto e, ao longo de quatro anos, incompetentes, impreparados, mal orientados... foi o que se viu. Iam escaqueirando Portugal.

Os portugueses são crentes e demonstram-no a toda a hora. Aqueles dois traziam de experiência o que se sabia mas, ainda assim, tiveram seguidores e devotos. E, mesmo vendo os disparates consecutivos que faziam, ainda houve gente crédula (e, quiçá, um bocadinho mentecapta) que continuou a acreditar que dali haveria de sair um pinto. Pinto não saíu já que nem para chocar ovos aqueles dois servem mas saíu muita gente do País, muitas empresas relevantes foram parar a mãos estrangeiras e a qualidade de vida regrediu. E tudo a troco de nada.

Agora isso é passado. Corre o ano da graça de 2017, Passos foi apeado do poder e está de saída do PSD e da política nacional, saindo pela porta baixa. Relvas, essa raposa velha, está de mulher nova, filha nova e voltou aos terrenos em que se move bem: os negócios que, segundo consta, circulam nos circuitos bem oleados onde corre dinheiro nem sempre bem explicado. E os crentes que tanto os apoiaram, sabendo agora que Bruxelas diz que houve fraude na empresa de Passos Coelho, assobiam para o lado, fingem que não viram, que não sabem. Percebo-os. Mesmo que não o assumam, devem estar roídos de vergonha.


Talvez Marcelo, com a sua veia justiceira, tome a si a defesa dos lesados (todos nós) e encabece uma luta sem trégua contra os alegados fautores de tão ignóbeis actos, exigindo que a os danos sejam reparados e os malfeitores punidos.

E isto de que agora falo soube-se há já uns três ou quatros dias. Andava noutra, não falei no assunto. Hoje pensei que já não era tema, que não ia falar de uma coisa de há dias. Mas é tema, sim, é tema e será tema enquanto houver um apoiante das políticas do Láparo à superfície da terra.

Para quem não leu e não está bem ao corrente e para que aqui conste, pro memoria, do DN transcrevo:
(...) De acordo ainda com o Público, o OLAF conclui que "foram cometidas graves irregularidades, ou mesmo fraudes, na gestão dos fundos europeus" atribuídos entre 2000 e 2013 aos projetos da Tecnoforma e a outros cujo titular foi a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), mas cuja execução foi subcontratada em 2006, à empresa de Passos Coelho. (...)
Em relação aos aeródromos e heliportos, os peritos da Comissão Europeia concluem que "o processo de candidatura elaborado pela empresa está viciado" acrescentando que "esta situação pode efetivamente ter tido origem nas relações pessoais e/ou políticas existentes entre os diferentes intervenientes". Para os auditores "as pessoas em causa, gestor do programa (Paulo Pereira Coelho, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro e ex-dirigente da JSD), secretário de Estado (Miguel Relvas), e consultor da empresa (Pedro Passos Coelho), poderiam influenciar e/ou favorecer, em qualquer fase, o projeto de formação, em detrimento de outros". 

Que eu tenha visto, pouco relevo tem sido dado a estas notícias. Mas gostava de saber o que dizem disto os devotos da dupla. Nomeadamente, gostava de saber o que acham disto os dois candidatos ao lugar ainda ocupado pelo Láparo que agora se perfilam como seus lídimos sucessores, admiradores, seguidores.

 

Santana Lopes e Rui Rio continuarão a gabar a criatura criada pelo Relvas? E a iluminária que dá pelo nome de Hugalex, aka Hugo Soares, continuará a beijar o chão que o Láparo pisa?


As televisões não vão promover debates para esmiuçar o caso? Porque não? É tema non grato? Non grato para quem?

Do Observador, vejo também:

O Ministério Público arquivou o processo que envolvia o antigo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o ex-Secretário de Estado, Miguel Relvas, por suspeitas de corrupção, abuso de poder, participação económica e prevaricação através da empresa Tecnoforma. Os investigadores também consideraram não ter existido crime na atividade da empresa — alvo de um processo da OLAF (Organismo Europeu de Luta Antifraude). Mas este considerou existirem fortes indícios de fraude na obtenção de financiamentos europeus.

Não admira. Este é o Ministério Público que temos. Umas vezes vê de mais, outras de menos. Na conta certa é que não tenho ideia de ter visto. E não deveria ser esta outra causa a abraçar pelo Presidente dos Afectos? A de garantir a calibragem da actuação do Ministério Público? Ou isto não dá selfies e não põe as televisões atrás?

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No Circo


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E nada mais por agora a não ser referir que, uma vez mais, os cartoons provêm do We Have Kaos in the Garden.

Estou perdida de sono, incapaz de desenvolver mais do que isto.
Portanto, com vossa licença, vou ali pregar para outra freguesia.

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