quinta-feira, novembro 09, 2017

Carneiros que reconhecem melhor a Emma Watson e o Obama que muito boa gente,
não desfazendo, claro



Só para dizer que, depois de saber que uma ovelha choné ou um carneiro, de panurgo ou dos banais, consegue reconhecer a cara do Obama ou da Emma Watson e que eu, volta e meia, tenho que fazer uma ginástica dos diabos para não mostrar total desconhecimento de quem se me dirige dizendo que me conhece desde sempre, fico mesmo desconsolada.



Explico-me. Como sou VCC (leia-se velha como o caraças) acontece-me às vezes, em reuniões com gente de outras empresas, e isto só para dar um exemplo, alguém me dizer com ar sorridente: 'Olá... Há quanto tempo... Mas está igual!' e eu, certamente com cara de tacho, a pensar: 'Há quanto tempo...? E estou igual...? Será que andou comigo na infantil...?'. Mas depois lá me dizem de onde, geralmente que estiveram antes noutras empresas, que faziam parte da equipa de projecto tal e tal e mais não sei o quê. E eu sem fazer a mínima.

Também já me aconteceu aparecer-me uma Jessica Rabbit, uma vampe completamente espampanante, e vir a sorrir na minha direcção, toda familiar. E eu estupefacta: seria possível ter esquecido uma coisa assim? E, ao ouvir o meu nome dito por ela, ter um flash. Voz bem conhecida. E ela, percebendo a minha ausência: 'Não está a reconhecer-me, pois não...?' e eu, meio envergonhada, 'A voz parece que sim mas o resto não...'. E ela, sorriso feliz: 'Sou a Susana!' E eu parva, parva, de boca aberta: 'Susana...? A Susana...? A Susana que trabalhou comigo...?' e ela toda contente: 'Sim, eu'.

A Susana, menina de ouro, inteligente e trabalhadora, era tão gorda que estava no fim da gravidez e ninguém percebia. Vestia-se com roupas largas, mal jeitosas, toda ela transbordava, cabelo meio curto mal arranjado, óculos. E agora aparecia-me por metade, linda, cabelos longos e lisos, olhos a descoberto, toda sensualmente maquilhada e aperaltada, salto muito alto, mini-saia. Eu estupefacta: 'Mas como lhe aconteceu tal transformação, menina...?. E ela sorridente: 'E divorciei-me, estou solteira e boa rapariga'. Ora bem.

Mas o oposto também me acontece. Olhar para alguém que não via há algum tempo, reconhecê-lo e até me custar a acreditar que a coisa degenerou daquela maneira. Aconteceu-me há umas semanas. Um rapaz alto, giraço, todo xpto. E agora vejo-o e parece um bisonte: alto na mesma mas agora uma coisa de tipo besta, grandalhão, cara de homem meio abrutalhado. E eu cá para mim: 'Minha mãezinha... tomara que não me veja... tomara que não tenha que lhe falar... senão como vou fingir que o acho normal...?'

E isto porque, pelos vistos, as ovelhas tiram de letra o caso. Malta do jetset, então, é com elas. Malta de Hollywood ou da Casa Branca, não se consegue enganá-las.

Ver para crer.


....................................