terça-feira, julho 25, 2017

Hugalex e a sua fixação necrófila.
Nuno Magalhães ou a sapateira oca em versão masculina e oleosa.


Tinha eu estado aqui a pensar que não ia falar das pouca-vergonhas em que o PSD agora anda metido pela mão do neófito Hugo Alexandre, quando, à hora de almoço, no carro, ouço umas afirmações estonteantes de tão despropositadas. Pensei cá para com os meus inexistentes botões: 'Mas que diabo de conversa mais parva é esta? Mas a gaseada criatura que assim bolseja não saberá que está a chorrilhar asneiras como se não houvesse amanhã?'

E estava ainda eu intrigada por tão despautérica disenteria verbal estar a passar na rádio quando, perplexa, ouço que, afinal de contas, o seu autor não era senão o jovem e provavelmente inimputável Hugo Alexandre -- que usa o nick de Hugo Soares, provavelmente para ver se consegue inspirar algum respeito.


Depois pensei: 'Calma. O país não está perdido... Ainda há jornalistas. Pelo menos alguns. Poucos mas alguns. Os que estão a ouvi-los hão-de interceptar-lhe o desvario perguntando-lhe se não sabe que, dadas as circunstâncias, não é ao Governo que compete apresentar a lista nominal de mortos? Ou perguntando-lhe qual o benefício para o Governo em esconder uma morte? Ou perguntando-lhe que estranha tara é a dele para estar tão fixado na lista dos falecidos?' 

Só que, acto contínuo, tive um pensamento que me deixou incomodada: 'Não... Espera lá... Quem lançou isto foi justamente um jornal, o Expresso, um coito de pseudo-jornalistas, o mediático altifalante dos maiores boateiros do país...' 

E, enquanto me punia por estar a generalizar, pensando que ainda por lá é capaz de subsistir um ou outro verdadeiro jornalista, fiz a única coisa inteligente que estava ao meu dispor: mudei de posto, pus-me na Antena 2 e deslizei para um território ainda não conspuracado pela bandalheira política a que o PSD chegou e pela indigência intelectual para a qual parte significativa da comunicação social portuguesa se deixou arrastar.

Mas agora, aqui em casa, ligo a televisão e, azar, quem é que eu vejo? O Nuno Magalhães. Seguindo a linha ideológica da sua líder, a famosa Madame da Coxa Grossa, que acha que deve adaptar o discurso aos sms que recebe incentivando-a à arruaça verbal, aqui estava ele a querer apanhar o sinistro comboio do seu colega pafiano, Hugalex, exigindo também saber os nomes dos pobres coitados que mereciam algum respeito em vez deste impúdico sapateado em cima da sua memória.


Portanto, mudei também de canal. E fui parar a um apontamento de reportagem no qual os presidentes das Câmaras afectadas mostravam um autêntico desprezo por este sórdido emporcalhamento que a trupe do Passos Coelho e da Madame Cristas anda a fazer e diziam que as pessoas que pereceram no incêndio eram conhecidas e que não dão conta de que mais alguém, para além dessas, bem identificadas, tenha morrido.

Mas nem assim aqueles desqualificados ganham tento na língua e vergonha na cara. Cabeças ocas como são, uma vez que não encontram mais nada sobre o que falar, aqui andam feitos abutres a farejar carniça.

É ao que chegámos.


Apenas disto se alimenta a comunicação social e os restos do que, em tempos, foi o PàF: são uns incompetentes, pouco inteligentes, desrespeitadores e, ainda por cima, necrófagos. Não há verão ou silly season que justifique tamanha perversão.

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Fujamos deles, meus Caros, se queremos gozar um belo dia.

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