quinta-feira, junho 22, 2017

Contra o obscurantismo... marchar, marchar!
[Afinal já estamos no século XXI, caraças. Como ainda tanta cliteracia...? Como, senhores...?]



O tema de hoje não é inédito no Um Jeito Manso. Mas não é de estranhar porque este é um lugar que é quase um gineceu. Bem, talvez não. Os homens são aqui muito bem vindos. Mas, enfim, não levem a mal, apenas como meros voyeurs. Observadores, em português. Ou, vá, como convidados.

Mas, portanto, é tema que me apraz. Por exemplo, faz cerca de um ano escrevi um post cujo título rezava assim: 

As mulheres devem pôr o seu clitóris em cima da mesa?

Ou devem começar por libertar os mamilos?


Pouco tempo depois reincidi e o título foi:




Não que o tema me excite a veia prosaica, muito menos a poética, mas tenho um lado dado à ciência que acha graça ao funcionamento das coisas. Portanto, o interesse é -- digamos assim -- científico. Não tivesse eu divergido no ramo da ciência e talvez a botânica ou a biologia estivessem mais vezes aqui presentes. Assim, limito-me aos bonecos, aos desenhos animados... Ou seja, quase poderia dizer que eu é mais bolos, pastelaria fina, bombons, por exemplo.

Ora bem.


Como não sei nada de história, não posso afiançar que seja mesmo mas li que na Grécia antiga o dito era celebrado. Aqueles gregos não eram parvos nenhuns. Depois, nas Idades Médias, o bichinho foi ignorado. A seguir foi a vez dos cientistas deitarem mãos ao assunto e, quais mineiros por grutas e labirintos, acabaram por descobri-lo. Eureka, eureka, ali estava ele -- um organito, um pequeno botanito. Depois, garimpando com atenção, perceberam que, afinal, o botanito tinha umas perninhas. 


E agora vem Lori Malépart-Traversy e resolve educar o pessoal e faz um filme que está a dar que falar. Para já, já ganhou vários prémios, entre os quais o Best Short Film Award no Festival Vues e o Best Documentary no Chicago Feminist Film Festival 2017.


O filme chama-se:

Le clitoris - Animated Documentary


E, como o nome indica, explica o que é, como é e como funciona o único órgão do corpo humano dedicado exclusivamente ao prazer. E que apareça aqui o primeiro machão a achar que é superior às mulheres que terei que lhe atirar com esta. Foram, por acaso, os homens contemplados com tamanha benesse do Criador ou de quem gizou o big plano desta coisa toda? É o foste...

Ora aprendam, se faz favor, que o conhecimento não ocupa lugar e, volta e meia, desce em mim o espírito do serviço público. Ou isso ou aquela inspiração que me faz sentir uma santinha, a vossa bem conhecida Sta UJM. Aprendamos irmãos (e irmãs, como diria o outro).



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Talvez até já.
E, vou já avisando, depois desta lição, quando regressar, espero encontrar-vos já mais instruídos. Bem.

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