sexta-feira, fevereiro 17, 2017

A ex-múmia de Belém faz de conta que ressuscita e os seus orfãos reúnem-se para fazer de conta que estão contentes com a memorabílis que a dita deu à luz
[Em actualização]


Ainda não vi televisão, apenas ouvi rádio. 


Se já lhe conheço a voz, o dito Anselmo Crespo lia um bocado da última página onde o putativo candidato a Paul Aster -- mas em versão manequim da Rua dos Fanqueiros  -- dava a entender que estava a ganhar-lhe o gosto, acabando a prosa com umas ameaçadoras reticências. Do que percebi, tendo ajustado contas com Sócrates, certamente com a sua bem conhecida falta de elegância, estará agora com vontade de ir morder as canelas ao Costa por este ter ousado governar com o apoio dos leninistas.

E, ouvindo isto, até me senti com a pele mais marron, com o sorriso mais descarado de António Costa e a dizer em vez dele: 'Ui...medooooo...'


Não faço ideia de quem é que gastará dinheiro para comprar a grande obra, a 'Quinta-feira e outros dias' de seu nome. De literário nada deve ter. Do que lhe conhecemos, imagino que não passará de um repositório de fel, de fel já mais do que decomposto. Não direi que aquilo não deve passar de pura bosta porque não tenho a intimidade com o gado vacum que o autor em tempos mostrou ter. 


E não posso pronunciar-me mais porque, como é óbvio, desconheço a matéria -- mas só o que se anuncia já me faz revolver as entranhas. Diz que relata o que se passava nas conversas com o primeiro-ministro em funções o qual foi, sobretudo, Sócrates. E eu interrogo-me se a cavaca criatura terá a elevação necessária para que o que ali escreve não seja pura lavagem de roupa suja. É que, se lhe conhecêssemos nem que apenas leves laivos de ironia de fino recorte, poderiam ser as 590 páginas um rebuçadinho que todos quereriam levar à boca para depois citar. Agora naquele senhor, que mais parece um cepo, não há nem nunca houve ponta de graça. Logo, antevejo que a coisa não passe de um desagradável ranger de dentes com baba verde a escorrer das comissuras labiais das badanas do livro.



Resta saber se a coisa em forma de livro terá mais sucesso editorial do que a coisa parida pelo Lima do Sótão. Antevê-se que, entre aqueles dois, vá ser despique, mas despique a sério, olho por olho, dente por dente. Coisa que haveria de merecer apostas.

Também ouvi que Passos Coelho e Cristas estiveram presentes na referida missa de corpo presente. Pudera. Desamparados como se têm andado a sentir, só a perspectiva de receberem um alô da múmia cavaquiana já os deve ter feito sentido menos órfãos. Tristes. Nisto só me me interrogo sobre a indumentária da madame da política positiva: estava madame cristas com a coxa grossa ao léu? E o láparo? Cantou ópera? Arreganhou o dente? Pediu autógrafo ao padrinho? -- alguém me elucide, pf.


E pronto. Já cá volto. Vou jantar e talvez veja na televisão imagens do fantasmagórico evento. 

Ah, é verdade... e Madame Cavaca também lá estava, certo? E fez o seu pespenico sorriso de cada vez que o esposo bolsou raivinhas? (Pergunta retórica, claro).


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(Só espero é que, se vir o filme do lançamento da obradura, não me desinspire porque me está a apetecer relatar uma coisa que mete a menina Dindinha.)

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PS: Ah, é verdade. Só mais uma coisinha. O célebre ex-ministro Campos e Cunha também terá sido por lá avistado, prestando vassalagem ao obrador? Faria sentido. E a nossa Joana dos Naperons fez algum arranjo floral gaudêncio para enfeitar a mesa do dito putativo memorialista? Também faria sentido.

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Imagens todas do Kaos excepto a galinha movimentadiça que é do Rói Ossos.

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Já venho.

4 comentários:

P. disse...

Concordo, inteiramente, com o que aqui diz. E também ouvi o dito Anselmo, na TSF, hoje sobre o “livro” de Cavaco. Não sei se ouviu o que Pedro Adão e Silva (PAeS) e Pedro Marques Lopes disseram sobre este assunto, sobretudo PAeS. Na verdade, o facto de o título ser “sobre as Quintas-Feiras”, diz muito daquilo que essa medíocre figura de pacotilha, Aníbal Cavaco Silva (ACS) pensava do que era, ou deveria ser, a função presidencial. Ou seja, ao contrário dos seus antecessores e de quem o veio suceder (MRS), para ACS aquelas suas responsabilidades centravam-se, sobretudo, nos encontros das “Quintas-Feiras e outros dias”, com os PMs. O resto – O PAÍS! – pouco, ou nada, lhe interessava. É certo que promoveu uma fantasia, como aquelas jornadas pelo país, mas que mais não tinham como objectivo do que tentar mostrar que (ele) existia, para além de estar em Belém, a desestabilizar o País. Cavaco, até na voz, é – intrinsecamente – uma versão pós-25 de Abril daquela figura abjecta e retrógrada, que foi o Botas de Santa Comba (Salazar). Um títere, que só não foi mais longe no mal que se propunha fazer e impor à população, porque a Democracia e o Estado de Direito lhe limitavam esses seus, obscuros e torpes, objectivos e propósitos. Cavaco é um pouco como o ranço. Fedendo ainda pior. Um ressabiado. Cheio de fel, fel podre, de quem sabe que não presta, de quem sabe que deixou de merecer a consideração da maioria da população. Um homem incapaz de compreender a realidade socio-económica e política à sua volta, incapaz de construir pontes e acordos (o que para ele significava impôr). Um despeitado. E, sim, um complexado – perante Sócrates, que sabia que lhe era superior do ponto de vista político. Cavaco é cobarde na fuga às explicações, sérias, do seu caso das acções do BPN, do caso das “Escutas” e tuti quanti, que o envolva directamente. Cavaco não esclarece. Ataca. Vinga-se. É complexado. É mau. É medíocre. E promete continuar naquele seu pérfido e mesquinho caminho. Pergunto quem raio é que vai comprar o livro de semelhante avantesma política? Só mesmo quem ou gosta e respeita da criatura, uma minoria, ou é adepto da auto-flagelação. Não darei um chavo furado para os bolsos de semelhante patética e reaccionária figura. Um raio que o parta! Gostei da frase que escreveu “baba a escorrer pelas comissuras labiais”. Genial! Nem mais! Cavaco Silva foi um traste político, fez muito mais mal do que bem a este pobre país e o que se esperava dele agora era recato e distância. Em vez disso temos uma taça cheia de fel, embora acarinhada por outros figurões e sabujos que lá lhe foram lamber e beijar as mãos, como Passos, Cricas, Albuquerque, e quejandos. O tratante nem sequer foi capaz de apoiar quem lhe serviu de tapete, como o patife do Lima, a quem tratou como ele, Lima refere, no seu livro. Estão bem um para o outro (Lima e Cavaco). Ao menos hoje Cavaco é passado. E por mais que tente, não conseguirá inverter o actual curso de acontecimentos políticos. Não passa de uma memória de vão de escada! Um escroque político.
P.Rufino

Anónimo disse...

Aníbal, o pequeno. Aníbal, o inculto. Aníbal, o rancoroso. Aníbal Sem Mundo. Aníbal, o pensionista sacrificado. Aníbal, o pau de vassoura. Aníbal, o poupadinho no IRS, Aníbal, o accionista sortudo. Aníbal, o manequim da Rua dos Fanqueiros, como também dizia a minha mãe.

Quando pensávamos que a múmia estava enterrada, eis aqui "o regresso da múmia". Quantas mais pragas teremos de suportar??

Humberto disse...

Carissima UJM
Cavaco Silva que nunca desconfiou…
… de Oliveira e Costa, de Arlindo de Carvalho, de Dias Loureiro, das acções da SLN não cotada em bolsa, de Ricardo Salgado (até aconselhou),
Do blogue Aventar
Um bom dia
HB

FIRME disse...

Num cenário de velório antecipado,custou-me muito (MUITO),ver um militar do 25 -ABRIL de nome Eanes na primeira fila ...O Resto dos "figurantes" eram todos gente de "BEM" com as suas consciências pouco preocupadas com a realidade...No fundo,eles já ganharam o "PARAÍSO"...Das agências "funerárias" vulgo "RATING"/MERCADOS...Que grande serviço nos prestaram ! Esse "SIR",que já para NADA presta,que descanse em paz.!