sábado, dezembro 17, 2016

Vai uma tatuagem, meu gatinho mais lindo...?




Durante anos, quando ainda não era moda, alimentei a vontade de fazer uma tatuagem. Dissuadiam-me, que não, que não, que horror. Queria uma rosinha, coisa simples na parte de cima de um seio, algures entre o fim do seio e o caminho ascendente para o ombro. Ou isso ou nas costas, numa omoplata. Tinha que ser num lugar que não viesse a padecer dramaticamente de flacidez. Um botão de rosa todo murcho é que não.

Achavam-me uma extravagante. E eu não sabia onde ir, só sabia de sítios chinfrins, sem condições de higiene. Ficou essa vontade pelo caminho e agora já não quero. Odeio alinhar em modas massificadas. 

Também achava graça a piercings mas isso fiz um, na orelha. Tenho as orelhas furadas para usar brincos e depois, por cima de um dos orifícios, tenho um outro onde uso um brinquinho ínfimo, pouco mais que ponto dourado ou brilhante ou o que for, pequeno, discreto. 

Agora isto das tatuagens banalizou-se até à obscenidade. Gente pintada de alto a baixo, pinturas horrorosas, coisas de um mau gosto gritante. Mas, enfim, gente doida é o que não falta. Gente com um mau gosto de bradar aos céus, então, é aos montes. No outro dia, uma bem nutrida, estava de calções, botas, uma blusa transbordante de galhardia bizantina, um cabelo completamente assanhado e, numa perna (vi eu!), um cão. E como tinha perna grossa, o cão era quase em tamanho natural. Outra vez era um casal e o homem tinha num braço a cara da mulher. Uma coisa tétrica.

Às vezes penso com horror que gente que faz estas escolhas deveria ser interditada de votar.

(O horror tem a ver com as ideias que me vêm à cabeça).


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As gravuras são da autoria de Kazuaki Horitomo que também se especializou em tatuagens de gatos (isto é, a fazer desenhos de gatos em humanos) e por causa dele é que escrevi este post.


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