sábado, julho 09, 2016

Durão Barroso, chairman da Goldman Sachs
- ou o lógico destino do cagão que só faz porcaria por onde passa e acaba sempre promovido a lugares onde possa exercer mais facilmente a sua fétida vocação


Poderia limitar-se a ser inútil. Mas não. Por onde tem andado, para além de inútil, só faz porcaria. Saia de onde sair, não deixa saudades. É o exemplo acabado do que é um naco de basófia (mesmo que basófia disfarçada ou contida), um capacho do verdadeiro poder, um cherne emproado. 

Toda a sua vida tem sido um percurso de ambição temperada pela traição, pela deslealdade perante aqueles a quem devia respeitar, pela facilidade em desculpar-se -- não perdendo oportunidade para evidenciar que não tem coluna vertebral, dignidade, respeito pelos outros.

Depois de ter estagiado no governo português, conseguiu alcandorar-se ao lugar cimeiro que ocupou durante anos na Comissão Europeia, enterrando na putrefacta lama dos interesses financeiros os ideiais mais nobres da Europa. A Durão Barroso para sempre ficará associado o período miserável em que a Europa abriu as mais perigosas brechas num edifício que se queria feito de solidariedade, direito à igualdade, liberdade plena dentro dos ideais democráticos.

Saíu pela porta baixa dando lugar ao alcoolizado chefe do governo de um país conhecido por ser, às escâncaras, um bastião dos mercados e da fuga às leis e aos impostos.

Não contente com todas as suas torpes medalhas -- de entre as quais não podemos esquecer a de concièrge das Lages aquando da aldrabona e criminosa cimeira de onde saíu a ordem para se avançar fraudulentamente sobre o Iraque -- eis que Durão Barroso, essa enxundiosa figura, vai agora alojar o fétido corpo na Goldman Sachs, a poderosa e octopédica instituição financeira que tão gananciosamente contribuíu para a ruína de vários povos e para o descalabro de várias economias. 


O Goldman Sachs, mais do que qualquer outra entidade financeira, contribuíu para que a especulação abutre dos mercados prosperasse e passasse através das malhas da lei. Para tal, sempre se rodeou de gente de verbo fácil e que facilmente se vende, gente de dúctil carácter e que se move facilmente por entre os corredores dos lugares onde as leis são feitas e as grandes decisões tomadas. 


Não foi por acaso que, ao sair do Bilderberg, Balsemão lhe passou o testemunho. A trilateral não dorme. Os seus homens são colocados em todos os lugares onde dê jeito ter gente com o perfil de um Durão Barroso.

O que é esta Europa de bananas, de frouxos, de vendidos, de gente que enoja os povos dos países que são obrigados a vergar-se perante os ataques soezes a que são sujeitos pelos ditos mercados é bem ilustrado na pessoa deste sujeito que, nas horas livres, ainda tem a falta de vergonha de aparecer em Portugal a dar lições de moral aos seus concidadãos. 

A Europa desagrega-se a olhos vistos enquanto os responsáveis por isso airosamente por aí andam, tratando da sua vidinha -- e isto revolta. 

Em concreto, neste caso, tomara que tão cedo não tenhamos que voltar a pôr-lhe a vista em cima:
este José Manuel Durão Barroso é uma vergonha.


[Hesitei em escrever isto e, embora me apeteça desenterrar factos que ilustram o percurso desta nauseabunda personagem, forço-me a parar. É fim de semana, está um quente dia de verão e ninguém de bom gosto usa o seu precioso tempo sujando as mãos com tema tão fétido. Mas, de vez em quando, a urgência da indignação sobrepõe-se à apatia do desencanto.]
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Os cartoons que mostram o cherne de mau nome provêm do extraordinário e saudoso blog We Have Kaos in the Garden.

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E a ver se me encorajo a cá voltar com tema melhor.

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6 comentários:

P. disse...

"A Europa desagrega-se a olhos vistos enquanto os responsáveis por isso airosamente por aí andam, tratando da sua vidinha -- e isto revolta." - Esta sua frase diz tudo, ou espelha bem, do que é a UE dos nossos dias.
E, sobretudo, afinal de que lado estão os dirigentes (não eleitos), burocratas seus responsáveis. No caso de Barroso a coisa é tão flagrante, tão sem vergonha, que mete nojo! Embora, convenhamos, não nos deva surpreender. Depois do episódio das Lajes e do seu comportamento lamentável à frente da CE, este convite é uma espécie de corolário tendo em conta ao que se prestou.
Enfim, um escroque, como tantos outros. Como Tony Blair e companhia, por exemplo.
P.Rufino

P. disse...

"A Europa desagrega-se a olhos vistos enquanto os responsáveis por isso airosamente por aí andam, tratando da sua vidinha -- e isto revolta." - Esta sua frase diz tudo, ou espelha bem, do que é a UE dos nossos dias.
E, sobretudo, afinal de que lado estão os dirigentes (não eleitos), burocratas seus responsáveis. No caso de Barroso a coisa é tão flagrante, tão sem vergonha, que mete nojo! Embora, convenhamos, não nos deva surpreender. Depois do episódio das Lajes e do seu comportamento lamentável à frente da CE, este convite é uma espécie de corolário tendo em conta ao que se prestou.
Enfim, um escroque, como tantos outros. Como Tony Blair e companhia, por exemplo.
P.Rufino

bea disse...

Isso. Volte com tema melhor que este fede e nos envergonha a todos. Um verme, este indivíduo.

Anónimo disse...

Reli este seu texto. É magnífico! Uma das críticas mais perfeitas, mais contundentes, verdadeiras, lúcidas e denunciadoras dessa vil criatura, desse traste amoral, que é Durão Barroso. Acrescentaria um outro aspecto do carácter de Barroso: a covardia. Ele já sabia deste convite há uns bons tempos, mas preferiu combinar a sua entrada para essa fétida instituição banqueira para mais tarde, a fim de dar um período de nojo, como que a pretender (simular) que só agora lhe chegar o convite e só agora o aceitara. E ainda há quem admire este monte asco, como por cá, alguns exemplares da nossa Direita.
Bom apetite! E bom fim de semana!
P.Rufino

Bmonteiro disse...

A Europa não se desagrega.
Jamais se desagrega, o que nunca foi agregado.
As europas pós 1999, como um canto de sereia dos poderes europeus de facto.
Certidão de óbito, a cargo dos seus últimos centuriões, em 1974.
Pela poesia on Mr Barroso, capto via Face.
A bem do Regime.
Z

leb disse...

Uma pequena (grande) reflexão sobre como se pode descer tão alto... vale a pena ouvir 3:13'
http://www.rtp.pt/play/p2057/e243230/o-fio-da-meada
isabel