sexta-feira, fevereiro 19, 2016

Um tipo de homem a evitar
Com certeza V. já se deparou com um homem que achou que era a última coca-cola do deserto. Só que não.


No post a seguir a este lembrei coisas cá minhas, relatei como se portam os executivos cheios de nove horas quando se desinibem, mostrei o efeito da ausência de gravidade e mais umas quantas cenas.

Mas isso é lá mais para baixo e quem quiser já saltar para lá pois que não faça cerimónia.

Agora, aqui, vou falar de uma certa pessoa, alguém muito conhecido, um que se acha um charmoso e que pensa que arrasta atrás de si uma corte de seguidores (e seguidoras).

Passo, então, a descrevê-lo. Vou usar a imagem do Pierce Brosnan e faço-o apenas porque gosto de enfeitar os textos -- uma coisa certamente a atirar para o piroso, assim como pôr naperons em cima da mesa ou dos móveis (coisa que apenas uso na escrita, não em casa).

Mas não se deixem influenciar.

Aceitam-se apostas: sobre quem é que aqui abaixo se fala? Será que, quem é, me está a ler?

O que posso dizer é que alguém muito conhecido, todos conhecem ou, se não conhecem, já ouviram falar dele.





Ele é bonito, viajado, fala várias línguas, veste-se bem e é extremamente educado - segura sempre a porta para as mulheres passarem, puxa a cadeira, abre a porta do carro. 

Entende de vinhos, música erudita, literatura, teatro.

Não sei se é rico, mas sei que tem uma vida económica estável e cercada de pequenos luxos.

O seu humor é irónico, ácido. É incapaz de cometer uma indelicadeza com quem quer que seja; porém, é mordaz com quem possui intimidade - criticando roupas e o modo de andar e de falar dos que julga menos polidos do que ele.

Gosta de presentear e gosta de partilhar o seu conhecimento: "leia o livro x", "escute a música y", "vá ao teatro z".

No fundo, percebe-se que detesta o seu país. Por conhecer outros países, acredita que os seus conterrâneos são atrasados, mal educados, mal vestidos e incautos - sempre que pode, numa reunião entre amigos, desmerece a cultura do seu país com frases do tipo "aqui os actores representam tão mal".

E por ostentar uma altivez tamanha e sugerir (ainda que tacitamente) que possui algo que os demais não possuem, é extremamente sedutor - afinal a paixão é a crença de que o outro tem o que nos falta.

Trata-se de um hedonista que vivencia plenamente os prazeres que a vida pode proporcionar - do luxo e do requinte de uma boa mesa a uma cama com lençóis de seda e uma bela mulher sobre ela.

Ostenta a melancolia chique dos que fingem que por saberem que nada sabem não passam de reles miseráveis.


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Mais logo já desvendo o mistério e até trarei aqui algumas das suas próprias palavras mas, dado que sei que sou lida por gente de inteligência superior, estou certa que, neste momento, já adivinharam -- tanto mais que eu, boazinha como sou, já dei uma ajuda com o título. Só acrescento que não devem ser feitas leituras precipitadas.

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E agora aceitem o meu convite e deslizem por aí abaixo para sentirem o efeito da ausência de gravidade. 

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3 comentários:

Anónimo disse...

Pois pois, faça publicidade menina, faça. E depois queixe-se! :-)

Abraço e 'parabéns'.

L

Rosa Pinto disse...

Pois ...quem será?

Anónimo disse...

o gajo do blogue anjos e prostitutas