sexta-feira, fevereiro 19, 2016

A ausência da gravidade, um perfume que cheira a xixi de gato, um poison especial, uns rapazes de pernas para o ar, umas hospedeiras a fazer a espargata por cima da cabeça dos passageiros e dois cavalheiros com as calcinhas muito apertadas


Uma vez, há uns anos, há bastantes mesmo, ofereci Fahrenheit ao meu marido. O perfume é característico, persistente. Notoriamente não ia com ele e não o usou até ao fim. Os meus filhos também não gostavam. Uma vez o meu filho chegou a casa com uma novidade. Um gato tinha comido umas bagas e, depois, feito xixi numa árvore do recreio da escola e tinha lá ficado um cheiro igual ao perfume do pai. Dissemos que era um disparate mas ele insistiu. A partir daí, quando ele usava o Fahrenheit, diziam que o pai cheirava a xixi do gato. Deve ter sido nessa altura que ele o pôs de lado.

Até que um dia conheci uma pessoa. Logo às primeiras aquele cheiro. Sendo quem era, longe de mim dizer-lhe que cheirava a xixi de gato. Já lá vão para cima de uns dez ou mais anos: mantém-se fiel ao Fahrenheit. E nele eu gosto. Pode ele apenas ter passado por um determinado sítio que eu pergunto logo se ele lá esteve, e nunca me engano. 

Gosto dos filmes publicitários dos perfumes. O novo Dior Fahrenheit Cologne não desilude -- e estou a referir-me ao vídeo. Quanto ao perfume, como digo, é apenas para alguns.

O desafio às leis da gravidade



Da apresentação do vídeo:
A new encounter between men and elements. A new experience that defies the laws of gravity. A new degree of freshness. Discover Fahrenheit Cologne, the elegance of a Cologne with all the power of Fahrenheit.
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E, por falar em perfumes Dior, claro que também experimentei o Poison. Sobretudo pelo nome. Penso que a embalagem também me atraíu. Mas, lá está, é intenso. E eu sou mais de subtilezas do que de tchammm! cá estou eu!. Usei-o todo que eu, nisto (e em tudo), não gosto de desperdiçar, mas não voltei a comprar. Decididamente não faz o meu género. Mas, claro, com um nome destes, os vídeos promocionais têm muito pano para mangas. Neste caso opto por partilhar convosco o making-of. Uma graça.

Dior Poison Girl - Making-of


I am not a girl, I am Poison  (com Camille Rowe)




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E, como comecei de pernas para o ar, deixem-me que vos mostre estes moços de que gosto tanto. Gosto de gente assim, 'fora da caixa', divertidos, insolentes. Estes Ok Go fazem muito o meu género. Não posso dizer que seja pela música, acho que é mais por eles mesmo, pela forma como a interpretam, é a alegria, o descaramento, a irreverência. Se me perguntassem quem é que eu gostaria de ter nalgum encontro de colaboradores ou nalgum dos nossos encontros temáticos (por exemplo em algum dedicado à Inovação) eu diria que gostava de os ter a eles. Imagino o que seja a conversa de uns malucos destes num encontro com gente maioritariamente betinha, a nata dos executivos, todos cheios de nove horas. Deve ser do caraças. Juro que adoraria.

OK Go - Upside Down & Inside

(Gravidade zero)




Realizado por Damian Kulash, Jr. & Trish Sie; 
S7 Air Hostesses/Acrobats: Anastasia Burdina, Tatyana Martynova

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Mas agora que falei dos meus colegas betinhos, lembrei-me que, às vezes, estes são os mais malucos. No outro dia, num desses nossos big encontros, aconteceu o impossível. À noite havia uma banda a actuar para nós. Pois não dá para acreditar: aos poucos, o pessoal começou a levantar-se, os engravatados tiraram a gravata, e, num ápice, foi um soltar de franga que nem dava para acreditar. Toda a gente a dançar mas a dançar à séria. Novos e velhos, toda a gente cantava e dançava como se não houvesse amanhã. Parecia uma disco party. Gravidade? Zero! Se alguém, minutos antes, me dissesse que haveria de ver alguns daqueles circunspectos homens (e mulheres) de negócios a dançar como frenéticos teenagers, eu juraria a pés juntos que jamais em tempo algum. Pois. A vida tem destas coisas. Claro que também me fartei de dançar. Ora não. 

E, portanto, para agora acabar em beleza, deixem-me que partilhe este belo vídeo com dois cavalheiros cujo estilo não tem nada a ver com o dos meus colegas mas, ainda assim, ao vê-los dei por mim a pensar que, depois daquela cena dançante, já não me admirava nada se visse alguns deles a protagonizar uma rábula destas.

(E as fotografias que tirámos uns com os outros... uns estarolas perdidos de riso, abraçados uns aos outro. No dia seguinte, manhã cedo, lá estávamos todos concentrados nos EBITDAS e nos cashflows e nessas coisas boas, como se até às tantas da noite não tivesse havido aquele forrobodó. Portanto, retiro o que disse lá em cima. Ou seja, se trouxesse os Ok Go, às tantas, toda a gente acharia uma coisa banal.)


Will Ferrell and Jimmy Fallon Fight Over Tight Pants

(Late Night with Jimmy Fallon)



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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela sexta-feira.

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3 comentários:

P. disse...

Outro dia, caminhando numa rua do centro de Lisboa, passou por mim uma mulher, elegante, embora discreta nessa sua elegância, que me fez virar a cabeça, com idêntica discrição, isto por causa do perfume que deixou atrás de si, uma fragrância que, embora ao passar não fosse logo marcante, depois ficou. Deliciosa fragrância, que me levou a ficar a pensar naquela mulher, cujo rosto só consegui reter de raspão. Gosto deste tipo de momentos. Aquela mulher deixou um maravilhoso rasto da sua presença, que me ficou na memória.
P.Rufino

jose reyes disse...

Uma vizinha tem dois caniches anões, machos completos, que a acompanham há alguns anos. Os bichos são bonitos e alegres, mas deixam por toda a casa um odor característico e algo desagradável. A dona sabe-o, porque o sente quando regressa a casa após uma tarde de compras, e o reconhecimento desse facto leva-a a perfumar o ambiente, antes de receber visitas, com um perfume conhecido de boa marca. O problema é que não há perfume capaz de disfarçar completamente o odor dos cães, que tudo impregna: soalhos, paredes, mobílias, quadros... E eu, que sou visita regular, fui-me habituando inconscientemente à mistura do tal perfume com o odor de caniche, que se entranhou tão profundamente no meu cérebro, que em algumas reuniões sociais ou de trabalho me vejo a cumprimentar simpaticamente algumas senhoras que, juro!, cheiram a cão.

Claudia Sousa Dias disse...

Eu gosto. Deste e do vermelho, o Hypnotic Poison. Do primeiro, o tradicional gosto, mas não sou capaz de usar.