quinta-feira, março 27, 2014

Otelo Saraiva de Carvalho está pronto para outra revolução. Nisto, como nas mulheres, Otelo parece gostar delas aos pares (deve ser quase como o marialva da Porta dos Fundos que pede autorização prévia à mulher para 'transar' com a Xuxa).


No post abaixo já vos falei das saudades que já sinto do Mário Crespo a quem a SIC Notícias não renovou o contrato, agora que ele meteu os papéis para a reforma.

[Quem me diria a mim que iria, um dia, dizer isto? Ele há coisas...]

 Mas, enfim, isso é a seguir.

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Que entrem os Filhos da Nação



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Agora, aqui, falo de outro ganda maluco: Otelo Saraiva de Carvalho. Quando lhe cheira a reviralho, sente logo o pezinho a pular-lhe para a paródia. Quando era puto pequeno ou adolescente, volta e meia devia andar metido em confusões, na pancadaria - vê-se que não é homem de virar as costas a uma bela briga. Toda a sua intervenção no 25 de Abril e no que se lhe seguiu revela o lado lúdico da coisa. Cá para mim, o que ele gostava mesmo era de aventura, coboiada.

E não lhe passa. Mantém, aparentemente intacta, a capacidade de ferver em pouca água e de, à primeira, ter vontade de mandar avançar as tropas.


Otelo Saraiva de Carvalho considera que a recuperação do Movimento das Forças Armadas (MFA) pode ser positiva, para travar «outras guerras» que não a colonial, e mostra-se disponível a participar numa «mudança de regime que valha a pena».


O agora coronel na reforma gostava de «participar numa qualquer mudança efectiva do país» e até já propôs a reconstituição do MFA.


Havia de ter graça. Mas uma coisa vos digo: este governo anda a cutucar a onça com vara curta. Agora anda a mexer no fundo de pensões dos militares, coisa que anda a chatear à brava aquele pessoal.

Imagino o formigueiro que tudo isto anda a provocar em Otelo. Não é por ter feito uma revolução que vai dar-se por satisfeito. O que é isso para um bígamo assumido? Nada.

Já agora, sobre a sua extraordinária arte em conciliar a vida conjugal com duas mulheres, relembro:

Otelo e as suas duas mulheres - uma família feliz

Na obra ‘Otelo, o Revolucionário’, assinada pelo jornalista Paulo Moura, a importante figura militar do PREC assume que tem duas mulheres na sua vida: Dina, com quem casou em 1960 e da qual tem dois filhos, e Filomena, que conheceu em 1984 quando esteve detido em Caxias, onde ela era funcionária. Da segunda mulher adoptou uma filha. Com Dina vive de segunda a quinta-feira e com Filomena de sexta-feira a Domingo, revela a Visão.


A revista cita mesmo uma passagem do livro em que o jornalista revela a faceta transgressora de Otelo no amor: «Sente-se bem em família. Tanto, que tem duas. Casou cedo, com uma colega de liceu. Mais tarde, na prisão, teve outro amor. Não foi capaz de abandonar a primeira mulher, nem a segunda. (…) Otelo assume as suas duas mulheres. Aparece em público com elas, não mente a nenhuma, trata-as por igual».


E, portanto, é caso para levar a sério a sua conversa de uma segunda revolução. Já provou que é homem para isso e para muito mais. A Dina e a Mena que o digam.


E, já agora, um mau conselho às bem e mal casadas: nada como haver compreensão e mente aberta (e, os limites para cada coisa, cada casal que os estabeleça). Que o diga o casal da Porta dos Fundos em que o marido, no supermercado, deu de caras com a Xuxa e, imagine-se, logo ali rolou um climinha. Contudo, antes de passar aos actos, foi a casa avisar a mulher do que se ia seguir. Ela primeiro ficou incomodada mas, logo a seguir, pensando na hipótese George Clooney para si própria, deu permissão ao maridão. Desde que ele, na volta, trouxesse do supermercado uma coisa que estava a fazer falta.


Xuxuxu Xáxáxá - na Porta dos Fundos





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Os Filhos da Nação, lá em cima, vieram pela mão dos Quinta do Bill.

Relembro que, sobre o Mário Crespo e a sua emocionada despedida, é descer, por favor, até ao post seguinte.


***

A noite passada dormi mal. Acordei a meio da noite cheia de calor (o meu marido é friorento e eu encalorada - já vêem o tratado de tordesilhas que temos que traçar na cama; só que nem sempre funciona; aliás, raramente funciona) e depois comecei a pensar na reunião que tinha de manhã. Acho que só voltei a pegar no sono pouco antes de readormecer. Depois, tive mais um dia do caraças e só cheguei a casa por volta das 9 da noite. Amanhã é outra vez non stop, nem sei se vou chegar viva ao fim do dia. Mas tenho que chegar porque na sexta feira a cegada continua. Por isso, agora estou a escrever e já a cabecear (literalmente). Assim sendo, vou pegar num livro dos novos e vou já andando para a caminha. Não devo passar da primeira linha mas isso é pormenor.

(E se, meus Caros Leitores, detectarem gralhas, omissões, vírgulas fora do sítio e etc, queiram, por favor, relevar, está bem?)

*

Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta feira!

5 comentários:

Anónimo disse...

UmJeitinho
faça-me um jeito, please.
Fique uma semana sem escrever no blog. Recupere o sono atrasado. Um destes dias com um sopro a jeito dá-lhe uma sulipampa e fico meio sem jeito por não saber o que ler quando no intervalo da manhã ligo o pc. A longo prazo os efeitos nocivos do pouco jeito que tem para dormir vão fazer-se sentir.
Falo de privação de sono e não de insónia pois são coisas muito diferentes
Please, go to sleep when your body demands!

Um Jeito Manso disse...

Olá Leitora,

Até estremeci quando li o que escreveu. Sei bem que tem razão.

Mas entre agir racionalmente e fazer o gosto ao dedo o meu corpo balança. Preciso de descansar, dormir, relaxar, passear sem preocupações com o trânsito. Mas, por outro lado, gosto de me sentar aqui a escrever, descansa-me a cabeça, faz-me sentir que tenho um bocadinho só para mim.

Mas a ver se me deito mais cedo, sim. Ainda por cima ando cheia de trabalho mas daquele trabalho stressante, cheia de reuniões complicadas, sem tempo para descansar entre reuniões. Hoje mal tive para almoçar. Uma canseira.

Mas, enfim, antes muito trabalho do que nenhum trabalho.

Agradeço muito a simpatia do seu comentário. Agradeço mesmo.

Um abraço!

Anónimo disse...

A propósito de Otelo, vou contar-lhe uma história “patusca” que, na altura, ninguém lá em casa, achou piada alguma. Mas, enfim, o tempo já passou. Estávamos em plena revolução do 25 de Abril, antes do 25 de Novembro, em Setembro de 74. Queimavam-se sedes do PCP por esse Norte e Centro fora. Tinha acontecido o 28 de Setembro, o golpe de Spínola. Meu pai era, à época, industrial. Tinha uma grande fábrica metalúrgica no Porto. Para além de negócios de carácter financeiro, em Lisboa, para onde, entretanto, tinhamos vindo viver. Uma boa parte da família de nossa mãe vivia em Lisboa, alguma na Beira-Alta, onde temos uma belíssima casa grande, muito antiga, que adoramos, onde a família se junta. A família de meu pai estava no Norte, Porto e Douro. Por razões que tinham a ver com projectos agrícolas na dita Beira-Alta, nossos pais tinham viajado para lá. Eu e meus irmãos, com o apoio de uma empregada que era como de família, ficámos em Lisboa, a estudar, nas universidades ou no liceu. Eramos ainda (muito) jovens. Vivíamos, naquela altura, na Av. Duarte Pacheco (bem diferente do que é hoje), no último andar (era um excelente andar) de um prédio de 11 andares, de onde podíamos observar algumas movimentações militares, que por ali, de vez em quando, aconteciam. Uma ocasião assistimos ao alvejar, pela polícia militar, de uma viatura civil, por não ter obedecido a uma order de parar! Um dia, antes do jantar, batem-nos à porta. Era o COPCON. 3 militares, um deles graduado. “Ao que vinham”, perguntámos. Tinham um papel, supostamente assinado pelo seu Comandante (Otelo), para prenderem o nosso pai, por, não consigo precisar os termos exactos, “ser um fascista, ao ter fechado – Lockout – a fábrica e com isto ter enviado para o desemprego mais de 250 e tais trabalhadores metalurgicos, etc, etc”. Respondemos-lhes que nosso pai estava ausente e não sabíamos quando regressaria. Deixaram um papel qualquer e lá foram embora! De seguida, alertámos os nossos pais. Ficaram espantados. Tudo aquilo era um absurdo. A fábrica fechara (temporariamente), não por decisão de nosso pai, mas porque os trabalhadores a ocuparam (mais tarde, acabaram por a queimar e destruir! E meu pai ao saber disso teve um problema de saúde, estava em Lisboa, longe da fábrica no Porto e esteve hospitalizado mais de 2 meses!). Nossos pais, face à ameaça do COPCON, ficaram na Beira-Alta quase 2 meses. Até que, após o 25 de Novembro, as coisas acalmaram e puderam regressar ao Sul, visto o país naquela altura estar politica e militarmente dividido, entre Centro/Norte e Sul (Lisboa, Alentejo, etc)! Viviam-se tempos vertiginosos e incríveis. Nós eramos ainda jovens, como digo, uns universitários e outros ainda no Liceu, mas ficou-nos na memória. Enfim, tempos “patusco-revolucionários” que já lá vão! E que não voltarão. Quanto á fábrica, acabou por ser destruída. E os trabalhadores acabaram no desemprego. Uma estupidez! Nosso pai conseguiu algum tempo depois refazer a sua vida e nunca mais quis voltar a ser industrial. Ainda está vivo, com oitenta e tal. Desculpe-me este texto tão longo!
P.Rufino



Um Jeito Manso disse...

Olá P. Rufino,

Tempos agitados esses e tempos que deixaram marcas em muito boa gente. Felizmente não foi o seu caso, que tem a inteligência suficiente para compreender que tempos de euforia e excesso são tempos atípicos em que se cometem actos que, em boa verdade, não representam mais nada do que uma explosão de emoções, que, como todas as explosões, são fenómenos descontrolados.

Contudo conheço pessoas que saíram do País, alguns para o Brasil, e que, apesar de nada de muito relevante lhes ter acontecido pois saíram mais por prudência ou receio do que outra coisa, guardaram um ressentimento agudo que ainda perdura. Para eles o 25 de Abril foi uma desgraça, um tempo de desmandos imperdoáveis e, à conta disso, têm raiva a tudo o que cheire a democracia.

(Sim, P. Rufino, conheço e tenho no meu círculo próximo pessoas que preferiam que o 25 de Abril não tivesse acontecido...)

Gostei de ler a sua história. Obrigada.

mario disse...

gostaria de saber a morada do sr. Otelo saraiva de carvalho