sábado, fevereiro 23, 2013

'Quem é a autora do blogue Um Jeito Manso?', perguntam frequentemente os leitores. Aqui vos deixo a resposta possível






A música e a dança.

Gostava de ser capaz de tocar piano ou violino ou violoncelo mas nunca me deu para isso, acho que não seria capaz. Mas não vivo sem música.
Também gosto muito de dançar mas ballet só dancei até aos 9 ou 10 anos. Gosto muito de ver corpos em movimento.

Aqui temos uma composição de Arvo Part, compositor que me foi dado a conhecer por um Leitor a quem muito agradeço, Spiegel im Spiegel. Coreografia de Andrew Simmons


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É raro o dia em que, na estatísticas do blogue, não aparece nas pesquisas que conduzem as pessoas até aqui, a seguinte pergunta: 'Quem é a autora do blogue Um Jeito Manso?'.

Sempre que vejo esta pergunta sorrio.

Quem sou eu? Como definir-me?

Gostava de poder responder mas não sei por que ponta pegar. Devo falar em primeiro lugar de quê? Do meu aspecto físico? Da minha ocupação? Da minha situação familiar? Dos meus hobbies?

Não sei mesmo.

No entanto, apesar da dificuldade, para satisfazer a curiosidade dos que vão aos motores de busca tentar perceber quem sou eu, vou dizer algumas coisas, mas vou dizer de forma aleatória pois não sei qual seria a ordem correcta.

Vou intercalar algumas fotografias para tentar transmitir uma ideia do que gosto. Tirei-as agora mesmo.



Não me mostro a mim mas mostro parte do que hoje vesti:
 Blusinha fininha em cinzento rosado com a parte de cima em crepon quase transparente (9.9€ na H&M),
casaco de malha macia em cinzento, assimétrico,  sem botões, solto (Presente da minha mãe, Lanidor),
écharpe macia em cinzento e rosa adquirida depois da Leitora 'Era uma Vez' ter descrito como me imaginava incluindo uma écharpe destas cores (Accessorize, talvez uns 12€, não me lembro bem)
fio com uma medalha muito bonita que se abre (saldos da lanidor, 5.1€)
pulseira de metal branco com pedrinhas em tons de cinza claro (não me lembro onde a comprei mas é bijuteria)
anel com pedras brancas e cinza muito claro (Parfois, talvez uns 4 ou 5€)

Gosto de me arranjar, gosto de conjugar peças, mas cada vez gosto mais de usar roupa barata e, em vez de jóias, bijuteria. Acho um desperdício gastar fortunas em peças caras.



Sou uma pessoa gregária. Gosto de sentir a presença daqueles de quem gosto e preciso de perceber se estão bem. Desde criança que gostava de estar com os meus amigos, com os meus primos, com a minha família, com os meus namorados. Era pequenina e já tinha namorados e vivia também muito em função deles. Como não vivo na mesma cidade que os meus pais, não os vejo todos os dias, apenas ao fim de semana, todas as semanas, mas ligo-lhes três vezes por dia para ter a certeza que estão bem. Falo com os meus filhos todos os dias. Nos dias em que não estou com eles, falamos por telefone. Todos os dias. Se não os vejo, preciso de ouvir a voz deles para sentir que estão bem. O meu filho é menos conversador mas, com a minha filha, falo imenso tempo ao telefone. Falo e trocamos mensagens. Dou-me muito bem com eles. Admiro-os como pessoas e, claro, são e sempre serão os meus meninos queridos, e vou querer protegê-los até aos últimos dias da minha vida (como se eles precisassem da minha protecção...).

Casei muito nova. Era uma paixão tão forte que não era compatível com termos que nos separar à noite. Na altura não me ocorreu irmos viver juntos sem nos casarmos mas o casamento também nunca atrapalhou nada. Estávamos os dois a estudar e a dar aulas. Quando acabei o curso, deixei o ensino e fui trabalhar para uma grande empresa. Entrei por anúncio. Uns meses depois nasceu a minha filha. O meu filho nasceu pouco depois. 

Como eles felizmente não aderiram à prática corrente de ter filhos tardios, já vou nos quatro netos. Adoro crianças. Se eu tivesse tido apoio familiar em vez de dois filhos teria tido uns cinco ou seis. Se os meus filhos tiverem mais filhos, será uma festa para mim. Gosto imenso dos meus netos e acho que eles também gostam de mim. São uma ternura, uns amores muito queridos, e uma realização muito grande por ver como os meus filhos se realizam como pais.

Trabalho num grande grupo privado. O ambiente económico em contexto de concorrência, a dependência de compras e de vendas em contexto internacional com grande volatilidade dos factores de custo é matéria que me é familiar, a gestão com base em orçamentos é o normal (e mal de nós se falhássemos todas as metas ou se andássemos a fazer orçamentos rectificativos de 2 em 2 meses!). Durante muito tempo eu era a única mulher da equipa de gestão. Agora felizmente já somos duas. Quando mensalmente fazemos as reuniões alargadas com toda a equipa de gestão somos 2 mulheres num grupo de cerca de 20 pessoas. Na minha equipa as mulheres são 40%. No entanto, nunca tive qualquer problema em lidar essencialmente com homens, nunca tive que me esforçar para me afirmar. Não tenho qualquer complexo por ser mulher num ambiente essencialmente masculino nem nunca me senti prejudicada ou menos considerada.

Sempre consegui conciliar a minha vida profissional com a minha vida familiar. A minha família, nomeadamente os meus filhos, sempre estiverem antes e à frente de tudo mas isso nunca foi impedimento do que quer que fosse a nível profissional (embora muitas vezes me obrigasse a uma grande ginástica).

Nunca coloquei a minha actividade profissional - de que gosto bastante - como o único ou o principal objectivo de vida. Também nunca achei que ser mãe fosse algo que tivesse que me absorver a ponto de anular a minha personalidade.

Sou muito afirmativa. Quando faço testes de personalidade (fazemo-los, por vezes, quer em ambiente de formação, quer em assessments - desculpem o jargão e o anglicanismo mas é assim que são conhecidos - para avaliar se o perfil se adequa à função) essa é uma das características que mais sobressai. E tenho um lado muito pragmático, sou muito directa, muito determinada, optimista e tranquila. Tenho também um lado criativo forte. O meu lado esquerdo do cérebro convive muito bem com o lado direito. Acho que nunca cortei relações com ninguém nem ninguém comigo. Mantenho amizades de longa data.

Mas não sou nenhuma santa. A minha sinceridade e frontalidade por vezes significam que pareço bruta. Se calhar, por vezes sou mesmo muito bruta. Não as poupo. Não é por mal: é porque nem me ocorre não dizer o que penso. Também não tenho paciência para gente parva. Quando vejo que dali não sai nada que se aproveite, não perco tempo. É como se as pessoas que são parvas nem existissem, esqueço-me delas. Também não é por mal. É involuntário. E não dou tréguas a gente mal intencionada, estúpida. Não é que lhes queira mal, não: não quero é que façam mal.

Sempre tive muitos interesses. Os livros sempre foram um dos grandes pontos de interesse.



Sou viciada em livros, consumo-os como uma 'agarrada'.
Não sei quando vou conseguir ler tudo mas, ainda assim, não resisto.
Mesmo que apenas consiga tempo para folhear, para ler algumas páginas, para os sentir nas minhas mãos, sentir a pele deles, as capas macias, a paginação interior, ler excertos, tê-los aqui ao pé de mim, uma companhia suave.

Aqui os últimos:

Um estranho em Goa, José Eduardo Agualusa, Biblioteca editores Independentes
Diário Íntimo, George Sand, Antígona
A Polaquinha, Dalton Trevisan, Relógio D'Água
Novelas nada Exemplares, Dalton Trevisan, Relógio D'Água
Nada a Dizer, Elvira Vigna, Quetzal
José, Rubem Fonseca, Sextante Editora


Tenho muitos livros, gosto muito de ler, gosto de ter livros, gosto de estar no meio de livros. Gosto de arrumar livros (embora possa não parecer pois andam sempre livros pela casa fora, em todo o lado). Gosto de falar de livros. Gosto de falar sobre como arrumar os livros.

Gosto cada vez mais de ler diários, entrevistas, biografias e auto biografias, cartas, crónicas, ensaio. E poesia. Sempre, todos os dias. Sem método, sem sequência. Abro e leio, hoje um poeta, amanhã outro. Tenho uma estante só com poesia e é a estante de que mais gosto. Mas uma parte significativa dos livros de poesia está sempre fora da estante, porque preciso de os ter ao meu lado. Também gosto de conto e romance mas cada vez estou mais selectiva. E gosto de ler sobre física, em especial sobre física da matéria, ou sobre neurologia ou, por vezes, sobre psicologia. E gosto de ler o pensamento de alguns sobre a actualidade. E gosto de ler revistas sobre livros ou sobre escritores. E devo estar a esquecer-me de dizer outros géneros de que gosto porque, de facto, gosto de quase tudo. Não gosto de ler livros de economia ou coisas do género escritos pelos gurus pois são muito básicos, parecem escritos para atrasados mentais.

Gosto de fotografia. Faço fotografia quase desde sempre. Não consigo imaginar quantos milhares de fotografias já terei feito. Durante muito tempo, o meu marido gostava de revelar e imprimir fotografias em casa, e estou a situar-me na era analógica. Numa divisão sem luz, ele revelava a película, depois ampliávamos e passávamo-la para papel que mergulhávamos em líquido revelador e depois em líquido fixador. A imagem aparecia como por magia no papel. Depois secávamos as fotografias. Estávamos noite fora a fazer isto, quando os miúdos já dormiam. Ainda me lembro do cheiro dos líquidos e da emoção que sentia.

Gosto de fazer trabalhos manuais: bordei, fiz tricot, crochet e, em grande quantidade, tapetes de Arraiolos. Noite adentro eu dava milhares e milhares de pontos. Tenho muitas carpetes feitas por mim. Conheci uma senhora que em tempos teve uma oficina e que agora já não trabalha senão para gente conhecida, transpõe para papel quadriculado desenhos originais de tapetes do século XVII (a maior parte dos tapetes clássicos é desta época), muitos dos quais se encontram em museus. É desses tapetes de desenhos complexos que eu gosto. Depois comecei a fazer carpetes à mão livre, mantendo o ponto e o preceito mas fazendo como se pintasse e é um prazer enorme.



Duas telas de que gosto bastante, infelizmente não pintadas  por mim
Eu, quando pinto, involuntariamente uso cores intensas, vivas, a cor jorra de dentro de mim.
Talvez por isso, por ser algo que não consigo fazer, aprecie tanto cores suaves, imagens de que apenas nos apercebemos quando nos detemos


Como gosto muito de pintura, de museus e de livros de pintura, o meu filho ofereceu-me uma vez pelo Natal, um cavalete, tintas, pincéis, telas. Foi o início de um outro grande prazer. Comecei a pintar e não parava. Fiz dezenas e dezenas de quadros, um prazer enorme, uma liberdade como não imaginava ser possível. 

Todas estas actividades se interromperam com uma nova actividade: a de escrever aqui. Comecei com este blogue; depois criei também o Ginjal e Lisboa, a love affair, o meu espaço zen, onde solto a mão, a mente, onde voo sem regras nem limites; depois um para os miúdos, o Historinhas da Tá (que pouco actualizo porque não consigo ter tempo); depois um outro sobre Fotografia de Rua que retirei do ar porque ainda não percebi se é legal publicar fotografias a pessoas em que estas fiquem bem visíveis.

Escrever aqui absorve-me imenso pois começo a escrever e escrevo ao ritmo que penso, sem mediar o pensamento, sem filtros (e sem rede). Escrevo demais. Sei que, na internet, o tempo de atenção dos leitores é curto, não faz sentido escrever tanto como eu escrevo. Mas é assim que a escrita me sai, e não tenho tempo para rever, cortar, emendar. Também gosto muito de interagir com os meus leitores e, por isso, gosto de responder aos comentários e aos mails que recebo. Se tivesse mais tempo, tinha um blogue meu e dos leitores, arranjava maneira de ser feito a várias mãos.

E, como isto já está outra vez de um tamanho absurdo, um texto longo, longo, longo, fico-me por aqui. Espero que aqueles que se interrogam sobre quem é a autora do blogue Um Jeito Manso já estejam um pouco mais elucidados. Esqueci-me de dizer que gosto de boa comida, boa bebida e de cozinhar, e que gosto muito de caminhar, especialmente junto ao rio e que gosto muito de Lisboa e que gosto muito de museus e que gosto muito dos perfumes Chanel e que adoro rir, adoro, adoro, sou de gargalhada fácil, adoro que me façam rir. E, já agora, digo-vos também que, ao fim de tantos anos, continuo apaixonada pelo meu marido. Os amores à primeira vista, os verdadeiros coup de foudre, às vezes são assim.


!!!!!!

Tenham, meus Caros Leitores, um belo fim de semana!

42 comentários:

Alice Alfazema disse...

Olá, UJM!

Uma das coisas que gosto na sua escrita é que por mais longo que seja o texto ele nunca é monótono, e isso é uma grande proeza. Quanto ao resto parece-me que se esqueceu de dizer que gosta de gaivotas. :)

Beijinhos,
Bom fim de semana

Olinda Melo disse...


Excelente retrato,UJM!

Aliás, consegue-se adivinhá-lo através dos belos textos que escreve, das opiniões que emite, do seu sentido artístico.

E temos muita sorte em tê-la por cá.

Um bom fim de semana.

Beijinhos

Olinda

Bartolomeu disse...

Eu diria, assim ao estilo "zá-catrapaz-paz" que és caranguejo.
Não sou dos que se interesse por espiolhar as estatísiticas ou o que seja, no intuíto de conhecer as características físicas dos autores dos blogs, muit menos, os aspectos das suas vidas privadas, profissionais e familiares.
Interesso-me por ler aquilo que ao autores entendem partilhar com os leitores e, sobretudo, ler aquilo que autores escrevem tão bem como tu.

No entanto, não resisto a comentar uma "gracinha" baseada no inventário das peças de vestuario que fotografas.
Ao vê-las, deu-me para somar as parcelas e concluir que representas um "bom investimento" para um potencial raptor. É que, as peças que mencionas, somam um total estimado de €62,00, como no compto não se acham incluídas as peças íntimas, assim como calça ou saia, meias, sapatos, mala, óculos, luvas... presumo que no total, só em vestimenta, valhas para aí uns... 200/300 euros, aquilo que muita gente paga mensal ao banco, de prestaçaão da casa, ou do carro.
;))))
Bom, brincadeiras à parte, na minha opinião, as tuas características intelectuais e pessoais, estão inteiramente patentes nos textos que escreves, mesmo não sendo autobiográficos.
Mas á comum aos que lêem, desejar conhecer mais os aspectos íntimos de quem escreve, acho que o gosto e a empatia pela leitura, fazem cresecer o desejo de conhecer.
Eu, penso que quanto mais se conhece, menos livres nos tornamos.
Livres para gostar, ou não, para concordar, ou não, etc.
E isto, aplico-o a outros aspectos para além das escritas bloguistas.
;)

Anónimo disse...

Apreciadora confessa de autobiografias, deliciou-me este seu texto, UJM.
Fim de semana excelente, longe de trovoadas, sejam elas quais forem.

A.Sá


Ai, que vontade danadinha de aqui colocar o poema autobiográfico de Mário Lago, “Eu Lago, Sou”. Contive-me. No limite. Um sorriso, um abraço, UJM.

.

JOAQUIM CASTILHO disse...

Olá UJM!

Gostei.... e muito de a conhecer um pouco mais o que curiosamente não veio acrescentar muito à ideia que eu fazia de si e me é, e continua a ser, muito agradável reflectindo-se totalmente na forma como escreve e sobre o que escreve. Sobretudo gosto em si da forma risonha e positiva como vê a vida de todos os dias ,mesmos os aspectos que lhe são mais desagradáveis, os seus múltiplos e variados interesses incluindo os pequenos nadas e as pequenas futilidades que tanto assustam os intelectuais de todas as praças.

Tudo resumido numa atitude perante a Vida ou seja UM JEITO MANSO!!!!

um abraço do regressado!

Anónimo disse...

Uma mulher e pêras! Muito prazer em conhece-la! Gostei. De algum modo, muito do que aqui nos refere já transpirava no que escreve. Alguém, essa mulher por detrás de UJM, que todos os dias nos distrai, diverte e nos faz reflectir com o seu interessantíssimo Blogue.
Um abraço!
P.Rufino
PS: Sobre a Papisa Joana, ou supostamente João VIII (um inglês), cuja existência é incerta, foi por causa desses “embaraço” que depois todos os Papas, até, creio, Alexandre VI, tinham de se sentar, sem roupa interior, numa cadeira especial, que era aberta no meio, para que um clérigo lhe metesse, respeitosamente, a mão por ali acima, para lhe sentir os testículos, a fim de atestar o sexo masculino. Uma vez confirmada a mascunilidade papal, ele gritava bem alto: “tem testículo, tem testículos!”. E todos os cardeais presentes respondiam, de seguida, “Louvado seja Deus, Louvado seja o Senhor!” E procedia-se depois à consagração do Papa eleito, alegremente.


jrd disse...

Depois de a ler, cheguei à conclusão de que já a conhecia.
A Blogosefera tem este sortilégio, por isso repito o que -nunca disse- pensei várias vezes: Encantado por tê-la conhecido.
Um abraço daqui do longe

lino disse...

Um belo autorretrato!
Bom fim de semana

Anónimo disse...

Olá UMJ,

A descrição não me surpreendeu quase nada.Só o dizer-se gregária mas, nem sei bem porquê.

Gosto muito da sua complexa simplicidade.
Gosto muito do que escreve e da forma como o faz.

Não acho que seja caranguejo, acho que é gémeos.

Um beijinho,
Bom fim de semana,
MJ

Maria Eduardo disse...

Olá, UJM,
E os gatinhos, esse exército de felinos prontos a mostrarem do que são capazes, não os vi mencionados nesta auto biografia?... Já sei, estão no Ginjal, e que lindos que eles são!
Já a conhecia virtualmente através dos seus belos textos escritos com o coração na ponta dos dedos, prosa e poesia, artigos de opinião sobre temas diversos, que nos prendem do princípio ao fim, sem monotonia mas antes pelo contrário, sempre num crescendo de prazer. Em suma, acho-a uma pessoa adorável, que tem o dom da palavra, alegria para encantar e energia para divertir. Sinto-me uma pessoa privilegiada por poder lê-la e imensamente grata pelos bons momentos que nos proporciona.
Obrigada UJM por ser quem é!!!

Pôr do Sol disse...

Aqui está uma pergunta que nunca me lembraria de fazer.

Parece-me que já a conheço há muito tempo.Só a leio há mais ou menos um ano.

Só não a imaginava hoje, com 9º., vestida tão vaporosa, mas gostei do conjunto.

Por vezes lembro-me de si em sitios que julgo provaveis de encontrá-la, mas só uma vez no Hospital da CUF achei que poderia ser.

Considero-a aquela amiga com quem me apetece estar, falar e ouvir mesmo a deshoras.Naquele tempo que é só meu.

Um beijinho e um bom fim de semana.

Isabel disse...

Nada do que disse me surpreendeu ou foi novo para mim, pois como sigo as suas postagens já há uns meses, parece-me que se mostra como essa pessoa que se apresenta.

Nos blogues vamos conhecendo as pessoas através do que colocam, do que escrevem e até do que dizem na resposta aos comentários.
Aprendemos a conhecê-las.

Um beijinho

Um Jeito Manso disse...

Olá Alice rodeada de Alfazema,

Passei o dia a lembrar-me do que me tinha esquecido. Até me apetece fazer um segundo capítulo.

Gaivotas, claro, como fui esquecer-me de o referir...?

Beijinhos,

E um bom domingo rodeado de alfazema!

Um Jeito Manso disse...

Olá Olinda,

Fico sempre sensibilizada com as suas palavras: envolta numa belo e macio xaile de seda, desfiando palavras que vai retirando, como pérolas, de um baú sem fundo, é sempre uma sorridente Olinda que eu revejo quando a leio.

Um bom domingo!

Beijinhos.

Um Jeito Manso disse...

Olá Bartolomeu,

Zás-catrapás-pás-pás: certeiro! Caranguejo completamente caranguejo. Ascendentes e tudo o que há para haver: caranguejo!

Quanto a um rapto para me ficarem com as vestimentas só tenho a dizer que se querem ficar com o bom, fiquem a saber que também têm que ficar com o mau, ou seja, comigo. Depois terão que me alimentar e que me aturar. Passado pouco tempo já me estão a devolver...

Pondo de outra maneira: pode a roupinha que uso custar algum dinheiro mas sou, ainda assim, um bom investimento - sou uma boa dona de casa, faço tapetes, pinto quadros, corto cabelos, etc, ou seja, é um investimento que se rentabiliza num instante... :))

E já me fartei de rir com estas contas...

Um bom domingo, Bartolomeu, e haja humor!

Um Jeito Manso disse...

Olá Ana de Sá,

Claro está que, logo de manhã, quando li este seu comentário, apesar da pressa com que estava, tive que ir ler este poema que não conhecia e de que muito gostei. A ver se o publico no corpo principal do blogue.

Eu também gosto imenso de autobiografias. Tomara que eu pudesse contar os episódios mais rocambolescos ou picantes que vivi ou presenciei mas esses ficam para a minha biografia não autorizada... :)

Beijnhos, Ana de Sá, e, uma vez mais, muito obrigada (aprendo sempre consigo).

Um Jeito Manso disse...

Olá Joaquim,

Então resolveu voltar para a baixa temperatura, para os relvas, para os orçamentos rectificativos e outras gasparadas... São opções...:))

Mas espero que tenha trazido um belo stock de belas temperaturas e de dolce fare niente para aguentar estas coisas por cá.

Gostei de o ver de regresso e de ver que fez boa viagem. Muito obrigada pelas suas palavras tão simpáticas.

Um bom domingo e um abraço, Joaquim!

Um Jeito Manso disse...

Olá P. Rufino,

Muito obrigada pela amabilidade das suas palavras. Uma pessoa pode achar que não é nada de mais e que, se calhar, ao escrever está, sem querer, a 'dourar a pílula' mas, seja como for, confesso que me sabe muito bem ler o que escreve a meu respeito...

Um bom domingo, P. Rufino!

PS: A propósito ainda destes cavalheiros que andam por aí tão solidários com o Relvas, como se cantarem a Grândola ou mandarem-no para casa, fosse um atentado gravíssimo que fizeram ao Relvas, esse exemplar modelo de boas virtudes, só lhe digo uma coisa, P. Rufino: se os sentassem numa cadeira sem fundo e os sujeitassem à devida palpação, tenho dúvidas que houvesse a festa que referiu. Cá para mim nada haveria a louvar... :))


Um Jeito Manso disse...

Olá jrd,

Encantada, também eu, por o conhecer a si. Gosto muito do seu blogue e gosto muito de ler o que escreve quando aqui (ou no Ginjal) comenta.

Um abraço aí para longe a somar-se aos abracinhos que, imagino eu, esteja a receber por aí!

Um Jeito Manso disse...

Olá lino,

Todos os autorretratos são incompletos, subjectivos. Como escrevi acima, hoje fartei de pensar: não falei nas gaivotas, não falei nas minhas opções políticas, não falei no que gosto de árvores... Tantas coisas que eu acho que me são muito intrínsecas e que ficaram de fora.

Mas, enfim, também não ia estar aqui a maçar as pessoas com muitos pormenores, não é?

Obrigada. E um bom fim de semana, lino!

Um Jeito Manso disse...

Olá MJ,

Sou gregária no sentido em que não sou uma pessoa solitária. Nunca fui ao cinema sozinha, nunca fui à praia sozinha, não gosto de comer sozinha, gosto de estar por perto dos que me são mais queridos.

Mas tem razão: não sou de grandes festas, de grandes ajuntamentos, não sou de passear em grupos (embora imagine que, quando tiver mais idade, vá gostar de passear em grupo), não gosto de ir em grandes grupos a restaurantes, não gosto de barafunda. Todos os dias preciso de estar um bocado sozinha, geralmente à noite. Preciso de ter o meu espaço.

Não sou gémeos: sou mesmo caranguejo. Maternal, um grande gosto pela casa, pela hospitalidade, por fazer comida para os outros, por proteger e apoiar os outros, etc, essas coisas dos caranguejos.

Aliás, na minha família, há umas concentração de aniversários no verão, a grande maioria é caranguejo e leão. Claro que há excepções mas a maioria é mesmo gente como eu ou gente que ruge com força e alegria.

Um beijinho, MJ, e muito obrigada pelas suas palavras!

Um Jeito Manso disse...

Olá Maria Eduardo,

Muito obrigada pela gentileza das suas palavras, sempre tão queridas.

E pois é, não falei dos gatinhos. Ainda hoje andei a fotografá-los, ariscos, inteligentes, atentos. Devia tê-los referido aqui. esqueci-me como me esqueci de tantas outras coisas.

Devia ter falado também de uma cãzinha que tive, uma boxer doce, que viveu connosco durante 13 anos e de quem tanto, tanto gostei e com a qual aprendi a gostar muito de animais, a perder-lhes o medo (que eu, antes de a ter, tinha medo de cães). Hoje, se vejo um cão, dificilmente resisto a fazer-lhe uma festa. Perdi o medo mesmo daqueles que não conheço e os cães também vêm ter comigo a abanar o rabo, acho que percebem que gosto deles.

E também devia ter falado de como gosto de árvores como se fossem animais ou pessoas. Mas já o disse muitas vezes, não é?

Um beijinho, Maria Eduardo, e um domingo muito romântico (estive a ver o vídeo que colocou no seu blogue)...!


Um Jeito Manso disse...

Olá Pôr do Sol,

Pois tem razão: com 9º, se andasse só assim ficava cheia de frio. Com o que mostrei, andei no trabalho em que a temperatura é de 22 ou 23º. Na rua usei um casaco por cima...! E, claro, usei também umas calças, não andei de perna ao léu... :))))

E, se alguém no Hospital da CUF, lhe parecia que podia ser eu, se calhar acertou. Nos últimos tempos (do verão para cá) tenho lá andado de vez em quando. Quando assim for, arrisque, pergunte se sou eu... O mais que lhe pode acontecer é a pessoa virar-se para si sem perceber nada da sua conversa; mas também posso ter sorte, ser mesmo eu, e ficarmos a conhecer-nos. Eu gostava bastante.

Um bom domingo e beijinhos, Sol Nascente!

Um Jeito Manso disse...

Olá Isabel,

Também acho que vamos conhecendo as pessoas pelo que escrevem e pelo que, através das suas palavras e das suas escolhas, as pessoas revelam de si próprias.

Eu também acho que a conheço razoavelmente bem e acho que deve ser uma pessoa muito simpática, uma boa pessoa, uma boa companhia.

Um beijinho, Isabel, e um bom domingo!

Anónimo disse...

Cara UJM:

Sensibilidade,bom senso, pragmatismo, muita imaginação,
mais um q.b. de ousadia,grande sentido de humor com rigor à mistura.
Era o que eu pensava de si, mesmo antes de se descrever. Caranguejo, economista? mas que bela pessoa!
E continue a dar-nos o privilégio de ler os seus textos "longos"!

Dias Muito Felizes!
abraço amigo da Leanor.

GL disse...

E depois deste despojamento que dizer? Que a admiro, que aprecio a forma simples como se retrata, porque afirma que, e transcrevo:
"A minha família, nomeadamente os meus filhos, sempre estiverem antes e à frente de tudo mas isso nunca foi impedimento do que quer que fosse a nível profissional (embora muitas vezes me obrigasse a uma grande ginástica)."
Publiquei um post sobre esta questão. Não entendo a mulher que coloca em primeiro lugar a profissão e só depois a maternidade. Não entendo e penso que nunca entenderei.
Gostos e interesses tão variados, tão abrangentes, só podem fazer da nossa (desculpe o possessivo) UJM uma Mulher completíssima.
A toilette e respectivos acessórios? Lindos, sóbrios, elegantes.
Permite-me uma questão. E a carteira, onde está a carteira?
Ui, que curiosa, dirá. Nada disso! Acontece, simplesmente, que sou louca por malas, malinhas, sacos e saquinhos, etc., etc.

Obrigada por este belo retrato.

Beijinho.

Um Jeito Manso disse...

Olá Leanor,

Espero que a recuperação continue às mil maravilhas.

Muito obrigada pelas suas palavras mas não se esqueça de incluir 'às vezes bruta como as portas', 'às vezes despistada', 'sem sentido de orientação', etc, etc, etc.

Mas, enfim, se fosse perfeita seria, com certeza, muito mais chata do que sou assim, não é?

Quanto aos textos longos eu, para me disciplinar, devia obrigar-me a escrever haikus para ver se aprendo a dizer o mesmo em meia dúzia de palavras...

Beijinhos e saúde! E, claro está, dias felizes também para si!

Um Jeito Manso disse...

Olá GL,

Se perguntar ao meu marido o que acha de mim é bem capaz de dizer que às vezes sou uma chata, teimosa, que quando vou passear tiro mil fotografias quando ele quer é andar a bom ritmo e outras coisas do género, muito menos abonatórias. Por isso, não fique a imaginar que sou um poço de virtudes porque não sou.

O que diz sobre a maternidade é um aspecto que a mim me custa muito quando ouço alguns jovens, ao fazerem planos para a sua vida, pensarem primeiro em ter um casamento de arromba, uma casa toda muito bem mobilada, carro, progressão na carreira e sei lá que mais e, só no fim, pensam em ter filhos.

Mas, com a instabilidade que paira no ar, percebe-se que temam não ter ter possibilidade de os criar como gostariam.

Uma das prioridades de qualquer governo deste país deveria ser o de criar condições para o incentivo à maternidade. Creches junto ao emprego, horário facilitado, trabalhar em casa quando necessário, coisas assim.

Mas, é claro, mais do que as políticas, deve ser a mulher a primeira a querer que o trabalho não absorva a 100% a sua vida.

Quanto à carteira: ora aí está um ponto fraco. Também sou doida por carteiras, sacos e sacolas mas tenho um grande problema: preguiça. Mudar de carteira é uma chatice. Junto sempre carradas de coisas a que tenho dificuldade em dar destino quando mudo. Por isso, acabo muitas vezes por usar coisas que não têm nada a ver.

Para condizer com esta roupa em tons cinza e rosa, tenho uma giríssima, artesanal, feita em tecido justamente, nestes dois tons, presente da minha filha agora pelo natal. Mas a semana passada andei toda a semana com um saco em pele camel, de alça grande, para trazer no ombro. Claro que não tinha nada a ver e, naquele dia, até a usei de forma a que ficasse mais para trás para quase não se ver. Mas, enfim, é um clássico e acaba por ser admissível com qualquer coisa. Mas, claro, a outra, pequena, de mão, em tecido cinza e rosa, teria sido outra coisa.

A semana passada estive a ver umas bolsas grandes onde se coloca toda a tralha e que facilita a passagem de umas carteiras para outras. Só não trouxe porque a caixa estava a demorar muito e eu estava com pressa.

Beijinhos GL e uma bela semana para si!

Um Jeito Manso disse...

Olá Rui Ângelo Araújo,

Sorriu... achou graça... E eu sorrio ao ver o seu sorriso porque acho que é o que eu faria se lesse isto escrito por outra pessoa. Não sei se é tudo o que há a dizer sobre mim ou se isto é o mesmo que nada.

:)

Desejo-lhe um bom dia!


PS: Estou a gostar de ler sobre os 'seus' presidentes de Câmara.

Eu conheço pessoalmente um que não foi assim enquanto o foi e por isso deixou de o ser. Mas, dos outros, aqueles que não conheço senão publicamente, imagino que tenham todos encarnado personagens como as que descreve. Deve ser por isso que abandonei há algum tempo a minha vontade de ser presidente de uma Câmara. (E acho que, com esta, é que o seu sorriso se desfaz...)

Um Jeito Manso disse...

Leanor, volto a si pois deixei passar uma coisa que quero corrigir: a minha licenciatura não é economia. Andei pelos números, muitos números, tive cadeiras de economia, de modelos, de gestão e de tudo isso mas não é economia. Mas caranguejo sou!

Rui Ângelo Araújo disse...

:) O sorriso foi de simpatia com o post, que gostei de ler.
Infelizmente a maioria dos presidentes de câmara deram má-fama à função, pelo que é difícil decidir se ficar triste se alguém qualificado desiste da ideia ou se ficar contente por ver essa pessoa longe da podridão.

Um Jeito Manso disse...

Olá Rui Ângelo Araújo,

Pois... nunca saberemos se estou a passar ao lado de um brilhante lugar como presidenta da junta ou da câmara ou se me iria tornar quase uma santa evita...!

A menos que um dia me dê uma travadinha qualquer e ache que tenho mesmo que me sacrificar pelo povo (e então lá terei que andar a fazer insuportáveis campanhas eleitorais e , depois, a aturar inenarráveis vereadores, a inaugurar pavilhões e outras mansões)...!

E até me envergonho do comodismo que isto revela... mas fazer o quê? Não me consigo ver a ter coragem para enfrentar tanta maçada.

Um abraço!

Anónimo disse...

Felizmente, acabo de conhecer o seu blog :-)
Voltarei.

Maria

Anónimo disse...

A curiosidade foi mais forte e em vez de ir directamente ao link do blog como era minha intençao, cliquei mais abaixo onde nas sugestoes do google aparecia "quem é a autora de ujm".

Li e gostei. :)

Joao

patricio branco disse...

uma curiosa autobiografia ou conjunto de definições pessoais, entre escondermo nos ou motrarmo nos, que será melhor? na verdade, não é simples a resposta

FIRME disse...

Olá!SE A CUROSIDADE MATOU O...gato,rato ou,quem mais? Prefiro estar vivo para poder leeeeeer,o que escreve! Seria esperar pelo nascer do SOL depois fugir do calor que ele envia! É BOM,PENSAR?! Quem será? É bom saber que gosta de quem lê o seu pensamento...escrito!Obrigado por quem sois !!!

Maria disse...

Deixo aqui um comentário porque entrei no seu blog a primeira vez hoje e porque temos tantas coisas em comum! Coisas absolutamente invulgares como fazer tricot. Não tenho netos, mas gostava de ter. Também só tenho dois filhos e gostava de ter mais. Estou encantada.

Rosa Pinto disse...

Olá

Ainda vou a tempo? Beijinho grande.

Unknown disse...

Dois poemas de Fernando Pessoa que, creio, merece.

Manjerico que te deram
Amor que te querem dar...
Recebeste o mangerico
O amor fica a esperar...

Sol nulo dos dias vãos,
Cheios de lida e de calma,
Aquece ao menos as mãos,
A quem não entras na alma!

Bom feriado!

Maria Antónia disse...

Penso que é a primeira vez que comento publicamente a "página" de alguém, mas descobri hoje o seu blog e gostei muito de ler, de olhar, de tudo, gostei tanto que achei que tinha de dizer "gosto".
Muito obrigada!

Um Jeito Manso disse...

Olá Maria António,

Eu é que agradeço a amabilidade das suas palavras. Espero não a desiludir...

Volte sempre.

Desejo-lhe dias felizes.

Um Jeito Manso disse...

Peço desculpa, enganei-me. Corrijo: Maria Antónia.