quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Tristesse num Teatro às Escuras e Caravaggio - Chopin, Pedro Tamen, Elena Pris e Vladimir Malakhov

Chopin - Tristesse

        - Pressinto um outro mundo.

        - Terá que passar a história inteira
        até que o dia de hoje chegue aos olhos.

        - Aos olhos que persistem...

        - ...que hão-de ver as brumas sobre os rios
        que as transportam ao coração da terra.

        - Estamos aqui parados
        até que a luz nos veja.


                                            Vem a luz.
                                      O Teatro ilumina-se.
                                      O palco está deserto


['Ela e Ele, alternadamente' de Pedro Tamen in 'Um teatro às escuras] - Em memória de um Homem bom


Lembrei-me de aqui usar esta fotografia do último post no meu Ginjal e Lisboa; a paz, as aves em volta, o mar, o silêncio.


Staatsballett Berlin, Música de Monteverdi, Coreografia de Claudio Bigonzetti
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Aos meus Caros Leitores desejo uma boa quarta feira

(Peço desculpa por hoje não ter conseguido responder aos comentários)

6 comentários:

Maria disse...

Jeitinho amiga:
Parece ter resolvido o assunto.
Adorei o bailado.
Maria

Traçados sobre nós disse...

Cara UJM:

Esta mensagem é pessoal, podendo publicá-la ou não.

Associo-me à sua tristeza na perda de um Homem bom.

No silêncio, escrevi o que lhe deixo, que não é tristeza, é a certeza do olhar de um Homem bom a iluminar o caminho!

..............

Tristeza!

A tristeza invade a luz, distraída,
Deleitada com o louro noutro lado da vida.
Aos poucos, ou muito repentinamente,
Ficam agora quase sem sentido as coroas
Mergulhadas em sombras de um sol poente
Em mar profundo de purificação de ondas.
A tristeza que anoitece o dia é entrecortada
De soluços adultos contidos ou até incontrolados
De uma maior tristeza que empalidece o olhar.
A música de fundo no silêncio pesado da penumbra
Projecta a tristeza ainda mais até ao mais infinito,
Parecendo o negro uma absoluta e definitiva certeza.
Negro, negro, como um buraco no céu negro!

Mas o tempo, depois,
Logo depois, quem sabe,
Traz de novo a luz do sol
No olhar de um homem bom
Que ilumina o caminho.
Sempre trouxe,
Sempre traz!

Évora, 2012-02-15

J. Rodrigues Dias

Um Jeito Manso disse...

Mary,

Obrigada. E um beijinho!

Um Jeito Manso disse...

Caro J. Rodrigues Dias,

Uma vez mais as exactas palavras no momento certo. Li-as ontem durante a tarde e foram um conforto.

A facilidade com que capta o 'ar do tempo' e o traduz em palavras que se ajustam numa poética plena de sensibilidade, surpreende-me.

E sabe? numas encostas que descem até ao mar, os caminhos estarão agora mais iluminados pela presença de um homem bom ('ashes to ashes, dust to dust' - e, afinal, é também isto um contributo para a renovação da vida).

Com toda a sinceridade lhe digo que as suas palavras são especiais e muito lhe agradeço que as tenha feito chegar até mim.

Muito obrigada.

Teresa Santos disse...

Um Jeito Manso,

Tenho feito várias tentativas para aceder ao blog, mas sem resultado.

Finalmente, consegui.

Hoje, limito-me a dar-lhe um abraço fraterno pelo momento doloroso porque está a passar.

Um Jeito Manso disse...

Cara Teresa Santos,

Há uns três dias tive conhecimento de que havia dificuldade. Como não tenho mexido muito, pensei que estivesse resolvido. Contudo, disseram-me que a Google/Blogger tem andado a mexer nos programas e que tem havido alguma instabilidade a nível geral que tem afectado alguns blogues. Não sei se terá sido isso.

Espero que já esteja bem.

Obrigada pelas suas palavras, Teresita.

Já estou a recompor-me, felizmente. Dá-me com muita força e, por isso, rapidamente começo a vir ao sítio.

Muito obrigada e um beijinho.