sábado, outubro 23, 2010

Pedro Paixão, um homem que vive num mundo feito de palavras


Infelizmente quando liguei a televisão já estava o programa quase no fim e, por isso, perdi quase toda a entrevista a Pedro Paixão. Que pena, gosto de o ver, de o ouvir. Gosta de provocar, sabe o efeito que provoca. Tem a loucura peculiar dos bipolares, aquela loucura tão atraente para muitas mulheres. O que escreve está sempre a um passo da fragilidade insuportável e sabe escrever sobre as coisas pequeninas que enchem a parte indizível do dia a dia.

Por vezes parecem banalidades, clichés, déjà-vu, mas a vida é muito isso: coisas sem grandiosidade, pequenos pensamentos, sentimentos pouco nobres, vulnerabilidades, medos, nervosismos, angústias. Ou alegrias, desejos, emoções agudas, grandes decisões.

E nisto ele é exímio. E, depois, expõe-se de uma forma desconcertante. Ouvimo-lo e pensamos: "Cada vez mais maluco" mas, secretamente, identificamo-nos um pouco com algumas coisas que diz e, secretamente, sentimos alguma ternura por este homem grande, grisalho, depressivo, divertido, que vive num mundo feito de palavras.

"Só tu me fazes dizer as coisas que te digo. Estou à tua espera.

Restam as coisas simples. São as mais belas. Por exemplo o haver uma pessoa que goste de outra. Isto é o mais belo de tudo o que há no mundo por mais que se procure por todo o lado. O que é que quer dizer uma menina gostar de um menino ou um menino gostar de uma menina? Quer dizer: fazerem tudo um pelo outro."

Excerto de uma Crónica (retirada da net)

  • Ao fazer uma pesquisa no Google dei com este blogue: helena e pedro que se identifica como 'textos e cartas de Pedro Paixão a Helena Águas 1985-1986'. Vou ler.
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